15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Infecção de dispositivo implantável em paciente com cardiomiopatia hipertrófica e retrovirose: relato de caso

Introdução/Fundamentos

Desde sua disponibilidade, os dispositivos cardiovasculares eletrônicos implantáveis (DCEI) avançaram em complexibilidade, assim permitindo melhora da expectativa de vida de pacientes com arritmias ou outras patologias. A exemplo disso, são indicados em portadores de cardiomiopatia hipertrófica (CMH) que tenham apresentado ritmo chocável sustentado e não reversível. Ao passo que houve aumento da oferta destes aparelhos, ocorreu aumento dos índices de infecções, estas geralmente por Staphylococcus aureus ou Staphylococcus epidermidis com formação de biofilme. Fatores de risco para tal incluem doença renal crônica, imunossupressão e diabetes mellitus.

Objetivos

Relatar e discutir um caso de infecção de após implantação de marcapasso bicameral.

Caso

Paciente M. C., sexo masculino, 59 anos, brasileiro foi admitido em hospital de referência de Roraima dia 29 de junho de 2019 em pós operatório de implante de marcapasso. Este foi indicado para prevenção primária de CMH e realizado no dia 18 do mesmo mês. O paciente, portador de síndrome da imunodeficiência adquirida, apresentava-se a admissão em bom estado geral, afebril, hemodinamicamente estável e sem história de síncope. Todavia, o sítio cirúrgico evolui sinais sugestivos de infecção de ferida operatória, inicialmente sem sinais de infecção de loja do dispositivo. Coletado hemocultura, cultura de secreção, hemograma e bioquímica e iniciado antibioticoterapia de amplo espectro piperacilina + tazobactam e Vancomicina de modo a apresentar melhora inicial. Entretanto, evoluiu com flutuação da loja do gerador, drenagem de aspecto hemático e purulento e sinais flogísticos no sítio de implantação, a região subclávia esquerda. Ademais, apresentou ulceração local e exposição da carcaça do gerador, sendo optado por remoção completa do DCEI e manutenção de antibioticoterapia por 42 dias.

Conclusões/Considerações finais

Ainda que haja baixos índices de complicação, a incidência de infecção de DCEI tem aumentado. A morbimortalidade desses casos é, muitas vezes, associada a diagnósticos tardios devido inespecificidade clínica. Tal fato pode onerar o sistema de saúde e constituir risco para resistência a bacteriana. Assim, o presente caso demonstra a importância de medidas preventivas de forma a evitar o surgimento de micro-organismos multirresistentes.

Palavras-chave

Marcapasso; Cardiomiopatia hipertrófica; resistência bacteriana; imunossupressão

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Roraima - UFRR - Roraima - Brasil

Autores

Larissa Soares Cardoso, Kim Tavares Mesquita, Gabriel Melo Alexandre Silva, Lucas Grangeiro Fin, Leonardo Luiz Vasconcelos de Paiva