Dados do Trabalho
Título
GLIOBLASTOMA MULTIFORME-NOS (GRAU IV-OMS)
Introdução/Fundamentos
Os gliomas de alto grau são malignos e geralmente rapidamente progressivos. São responsáveis pela grande maioria dos tumores primários que surgem dentro do parênquima cerebral. O glioblastoma multiforme tem a sua origem nas células gliais (astrócitos), e constitui o grau IV da classificação dos astrocitomas estabelecida por Kernohan em 1949.
Objetivos
Relatar caso que deflagrou em óbito de uma paciente de 25 anos em decorrência de um caso de glioblastoma multiforme-nos (grau IV-OMS).
Caso
Paciente do sexo feminino, 25 anos, chega a Unidade Pronto Atendimento (UPA) com quadro de cefaleia há 30 dias, associado a vômitos diários. Familiar presenciou crise convulsiva, recorrendo a ajuda médica. Após novo episódio, foi intubada e encaminhada para hospital terciário. Foi realizado Tomografia de Crânio (TC) na qual constatou presença de massa em região fronto-temporal direita, com desvio de linha média. Foi realizado a ressecção da lesão, monitorização da Pressão Intracraniana (PIC) e suporte em Unidade de Terapia Intensiva. A princípio a hipótese foi abcesso cerebral, foi solicitado Ressonância Magnética de crânio, no entanto paciente evoluiu desfavorável, não sendo possível a realização do mesmo. Devido aumento da PIC após ressecção do tumor foi realizado craniectomia descompressiva a direita e foi colocada a calota craniana em região de abdome da paciente. No pós-cirúrgico foi realizado uma nova TC com realce anelar pós contraste, com evidência de isquemia em núcleos da base e mesencéfalo. Evoluiu com drenagem de Líquor Cefalorraquidiano pelas narinas de aspecto sanguinolento e por isso foi interrogado fístula. Não houve despertar nas tentativas de retirada da sedação, por isso foi realizado Eletroencefalograma com LPD (descarga epileptiforme lateralizada) mostrando desorganização e assimetria da atividade elétrica cerebral de base, com LPD à direita, de periodicidade entre 1 e 2 segundos. Apresenta também lentificação grau II da atividade elétrica cerebral. Apesar das medidas tomadas, paciente evoluiu com sepse de provável foco pulmonar e evoluiu a óbito.
Conclusões/Considerações finais
Os glioblastomas são raros e a sobrevida após diagnóstico é de 16 semanas, após tratamento convencional. O prognóstico para todas as variantes é ruim, tendo como tempo médio de sobrevida a partir do diagnóstico de 14 a 18 meses e uma estimativa de sobrevida em 5 anos de 5,1%. A paciente do presente caso evoluiu com óbito após 40 dias de início de sintomas.
Palavras-chave
glioblastoma, multiforme, cefaleia, crise convulsiva, isquemia em núcleos da base, eletroencefalograma, atividade elétrica cerebral.
Área
Clínica Médica
Instituições
FACERES - São Paulo - Brasil
Autores
LETÍCIA SANTOS BORGES, LAURA MARCELINO GOMES NOGUEIRA, ANA CRISTYNA SAAD MURAD, MICHELE QUEIROZ BALECH, BRUNA CORTEZ FERREIRA