15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA PRIONICA E A DIFICULDADE EM SEU DIAGNÓSTICO

Introdução/Fundamentos

Introdução. As doenças priônicas causam neurodegeneração através da troca de conformidade de uma proteína normal ou pela mutação no gene que codifica o príon normal, formando depósitos. Uma forma de contaminação ocorre pela ingestão de carnes com príons anômalos, na qual esses replicam-se no sistema linfático e disseminam-se para o SNC.

Objetivos

Objetivos. O presente relato de caso visa demonstrar o histórico de uma paciente que acompanhamos em um hospital de São José do Rio Preto – SP. Com evolução drástica e rápida, uma das hipóteses diagnósticas mais plausíveis, apesar da dificuldade na confirmação, é doença priônica.

Caso

Descrição do caso. Mulher, 48 anos, em tratamento de depressão há 2 anos, evoluiu com alterações comportamentais, como agitação psicomotora e perda de funções cognitivas. Passou pela emergência, onde além dos sintomas anteriores, apresentava tremores e dificuldade global da motricidade (maior em membros superiores) com períodos de melhora. Foi internada em hospital psiquiátrico, apresentando disartria, movimentos involuntários e parestesia em membros. O quadro foi progredindo rapidamente com mioclonias, espasmos e perda total das funções cognitivas. Foi então regulada ao serviço neurológico, onde na admissão apresentava: sinal de canivete, reflexo glabelar inesgotável, não obediência a comandos, reflexo cutâneo plantar em flexão, movimentos sem qualidade, sensibilidade preservada e boa resposta pupilar. Na internação evoluiu com sinais de frontalização, acometimento dos núcleos da base (rigidez muscular), sem acometimento do via motora primária. A RMe mostrou hipersinal na sequência T2 nos núcleos caudados e nos núcleos lentiformes. As análises da proteína 14-3-3 no líquor e de gene PRNP, estão em andamento. Entretanto, o diagnóstico definitivo só será possível após necropsia com biópsia cerebral.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões. A partir dos dados e evolução da paciente, a Doença de Creutzfeldt-Jakob Esporádica (mioclonias, distúrbios psiquiátricos, diminuição da função neurológica e cognitiva em pouco tempo) se torna o diagnóstico mais provável, mesmo sem a evidência de contaminação de carnes no local habitado. É importante relevar os diagnósticos diferenciais para excluir outras patologias, como por exemplo de ordem infecciosa, autoimune e de ordem neoplásica. Com esse caso, confirmamos a existência da dificuldade em se fechar um diagnóstico para doenças priônicas, por serem raras, de curso variável e de etiologias diversas.

Palavras-chave

doença prionica; alteração comportamental; neurologia; parestesia

Área

Clínica Médica

Autores

ANA CRISTYNA SAAD MURAD, LAURA MARCELINO GOMES NOGUEIRA, MICHELE QUEIROZ BALECH, FABIO HENRIQUE LIMONTE, Thamires Silveira Nogueira, HEITOR CHERULLI RESENDE, ANA CLARA ROCHA MACIEL, ANDRE LUIS POLO, CAMILE SIMÕES GONÇAVES, YASMIM CASTRO, ISABELA PANTANO