15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MIELITE PÓS-ABSCESSO PARAVERTEBRAL CERVICAL

Introdução/Fundamentos

As mielites infecciosas são patologias infrequentes da medula espinhal que podem estar associados com empiema epidural. São considerados como fatores de risco: o alcoolismo, o diabetes mellitus e a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. O empiema epidural na coluna cervical é incomun, no entanto, é considerado com pior prognóstico. A maioria dos casos de mielite bacteriana deve-se à disseminação hematogênica ou infecções do trato respiratório com disseminação contígua de uma estrutura vizinha infectada. A tríade clínica da mielite causada por empiema epidural é febre, déficit neurológico e cervicalgia, embora, nem sempre ocorram nessa apresentação.

Objetivos

Apresentamos um caso raro de mielite cervical pós-abscesso paravertebral nos quais os achados de ressonância nuclear magnética (RNM) atuaram como componentes fundamentais no estabelecimento do diagnóstico final.

Caso

Paciente sexo masculino, brasileiro, 48 anos, diabético, hipertenso. Deu entrada no pronto socorro com queixa de amigdalite, febre e dor em região cervical. Após 15 dias da admissão hospitalar apresentava fraqueza muscular progressiva e déficit sensorial com coleção em região cervical vista através de imagem de RNM. Os membros superiores apresentavam-se espásticos com mioclonias esporádicas. O resultado de 01 hemocultura foi positiva para Enterococcus. Foi realizada laminectomia de C5 a C7 com drenagem cervical ampla de abscesso. Ao final da cirurgia o paciente fez uma PCR (Parada cardiovascular) em AESP (Atividade elétrica sem pulso). Após a PCR evoluiu com encefalopatia hipóxica. O EEG (Eletroencefalograma) não apresentou alterações. O mini BAL (lavado broncoalveolar) veio negativo. E o exame a fresco do escarro com 25 leucócitos/campo. Foi tratado com meropenem + vancomicina por 7 semanas. Após 122 dias de internação com piora gradual do estado geral o paciente foi à óbito com diagnóstico por imagem de mielite pós-abscesso paravertebral em coluna cervical como consequência final da progressão de uma infecção bacteriana amigdaliana que evolui com abscesso pré-vertebral cervical, empiema epidural e mielite cursando com tetraplegia por compressão medular.

Conclusões/Considerações finais

Exames de diagnóstico por imagem como a RNM podem fornecer informações importantes e cruciais no diagnóstico precoce dessa enfermidade. Devido à baixa prevalência e mau prognóstico da mielite por empiema epidural um diagnóstico e tratamento precoce continuam sendo vitais para melhorar a sobrevida desses pacientes.

Palavras-chave

Abscesso paravertebral, empiema epidural, mielite cervical, mielite bacteriana.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE - Santa Catarina - Brasil

Autores

Maria Aline Santana Trindade, Pâmella Hellmann, Isabelle Pastor Bandeira , Leticia Lopes Ferraz , Paulo Roberto Wille