Dados do Trabalho
Título
Neoplasia maligna de pâncreas: mortalidade e internações hospitalares no Brasil no período de 2008 a 2017
Fundamentação/Introdução
O câncer pancreático é uma das mais letais neoplasias malignas em todo o mundo.
Objetivos
Descrever a taxa de mortalidade e o número de internações hospitalares relacionados à neoplasia maligna de pâncreas nas cinco regiões do Brasil no período de 2008 a 2017.
Delineamento e Métodos
Estudo ecológico com levantamento de dados no DataSUS. Foram obtidos os números absolutos de óbitos e de internações hospitalares por neoplasia maligna de pâncreas em cada região do ano 2008 a 2017. Calculou-se a taxa de mortalidade com base na população residente por ano e região fornecida no DataSUS, o resultado foi multiplicado pela constante 100 mil. Foi ainda calculada a variação percentual da taxa de mortalidade e do número de internações. Utilizou-se o MS Excel 2013 na análise estatística. Os dados foram expressos em valores absolutos, percentuais, média e desvio padrão.
Resultados
De 2008 a 2017, o Brasil totalizou 84.877 óbitos por neoplasia maligna de pâncreas. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes cresceu em todas as regiões no período: nacionalmente era de 3,57 em 2008 e em 2017 atingiu 5,18 (com variação percentual média de crescimento de 4,25±2,26%); no Norte foi de 1,47 para 2,25 (5,68±13,39%); no Nordeste de 2,16 para 3,48 (5,58±5,85%); no Centro-Oeste de 2,80 para 4,49 (5,60±7,23%); no Sudeste de 4,33 para 6,23 (4,18±2,92%) e no Sul de 5,61 para 7,51 (3,37±4,43%). A Região Sul teve a maior taxa de mortalidade, com média no período de 6,54±0,63, enquanto a média nacional foi de 4,27±0,51, nessa Região a maior taxa ocorreu no Rio Grande do Sul (8,12±0,80), seguida pela do Paraná (5,59±0,59) e Santa Catarina (5,45±0,62). O número de internações hospitalares também cresceu: no país passaram de 3.758 em 2008 para 10.103 em 2017 (com variação percentual média de crescimento de 11,82±7,35%).
Conclusões/Considerações finais
Conclui-se que, no período analisado, houve aumento da taxa de mortalidade e de internações hospitalares por câncer maligno de pâncreas no Brasil. A Região Sul possui taxa de mortalidade superior à média nacional, mas uma variação percentual média de crescimento menor. O prognóstico da doença é desfavorável, sua taxa de sobrevida global em cinco anos após o diagnóstico é cerca de 6%. A ressecção é o único tratamento potencialmente curável, no entanto a maioria dos casos não é passível de tratamento cirúrgico. Como não há recomendações de rastreamento, a prevenção primária é de extrema importância.
Palavras-chave
Neoplasias Pancreáticas, Mortalidade, Indicadores de Morbimortalidade.
Área
Clínica Médica
Instituições
Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Autores
Tuany Batista Santos, Maria Laura Orlandi Demo, Larissa Rovaris de Quevedo, Júlia Jorge Meyer, Chaiana Esmeraldino Mendes Marcon