15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ADENOCARCINOMA PANCREÁTICO IRRESSECÁVEL COM REMISSÃO COMPLETA EM PACIENTE JOVEM – RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O adenocarcinoma pancreático possui incidência global de aproximadamente 217 mil novos casos por ano. Ocorre em pacientes com idades entre 60 e 80 anos, sendo raro antes dos 40 anos. A ressecção cirúrgica total é o único tratamento curativo conhecido. Portanto, nota-se a necessidade da descrição de casos cujas condutas não-cirúrgicas resultaram em remissão total da doença.

Objetivos

Relatar um caso de adenocarcinoma pancreático irressecável em paciente jovem, cujo tratamento quimioterápico resultou em remissão total da doença.

Caso

SLS, 31 anos, homem, buscou atendimento com quadro de icterícia obstrutiva e piora progressiva de colestase, sendo solicitada tomografia (TC), que definiu lesão irressecável em cabeça de pâncreas. Realizou-se laparotomia exploradora (LE) e biópsia (BP) de massa pancreática, submetida à congelação, que demonstrou quadro histológico compatível com adenocarcinoma de pâncreas. Após 6 dias, foi encaminhado à oncologia, que prescreveu quimioterapia (QT) com Gencitabina 800mg/m2 endovenosa nos dias 1, 5 e 15, em ciclos de 28 dias. Cerca de 1 mês após o início da QT, realizou-se nova BP, com resultado mantido. Aumentou-se a dose da QT para 1000mg/m2. Após 7 ciclos, TC mostrou discreto realce em cabeça de pâncreas, sem lesões aparentes. Ressonância magnética (RM) indicou ausência de lesões. A dosagem de CA19-9 foi não reagente. Devido à excelente resposta à QT, propôs-se nova LE para avaliação, ressecção e possível duodenopancreatectomia curativa, recusada pelo paciente. Após 10 ciclos de QT, optou-se por sua suspensão, devido ao alcance do benefício máximo. TCs posteriores, novas dosagens de CA19-9, revisões das lâminas da BP e posterior colangioRM demonstraram ausência de evidências de novas lesões neoplásicas. Paciente encontra-se em remissão total há 20 meses.

Conclusões/Considerações finais

Além de possuir alta incidência global, o adenocarcinoma pancreático apresenta prognóstico extremamente desfavorável. Apesar de ser rara sua ocorrência em menores de 40 anos de idade, ressalta-se a importância de o adenocarcinoma pancreático ser parte do diagnóstico diferencial de icterícia nesse grupo de pacientes. O único tratamento curativo conhecido é a ressecção cirúrgica total, contudo, nem todos os pacientes são qualificados para o procedimento. O paciente em questão, de apenas 31 anos ao diagnóstico, apresentou remissão total da doença sem ressecções cirúrgicas, o que demonstra a importância do tratamento quimioterápico em pacientes irressecáveis ou que optam por não realizar ressecção.

Palavras-chave

Adenocarcinoma pancreático, Remissão, Quimioterapia paliativa.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdades Pequeno Príncipe (FPP) - Paraná - Brasil, Hospital Erasto Gaertner (HEG) - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) - Paraná - Brasil, Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Paraná - Brasil

Autores

João Gabriel Vicentini Karvat, Giulia Vittoria Ambrogi Pereira, Emerson Faria Borges, Jacqueline Justino Nabhen, Ana Claudia Buiar, Nils Gunnar Skare