15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE ECOCARDIOGRÁFICA DE PACIENTES COM DOENÇA CHAGÁSICA CRÔNICA EM SANTA CRUZ DO SUL

Fundamentação/Introdução

Introdução/Fundamentação: A doença de Chagas (DC) é uma infecção causada pelo Trypanosoma cruzi, com evolução clínica que passa por um período de agudização e posterior cronificação, sintomática ou não. As lesões cardíacas costumam ocorrer na fase crônica e cerca de metade dos pacientes desenvolve cardiomiopatia chagásica crônica (CCC), estágio que apresenta anormalidades de estrutura e funções cardíacas, que podem ser observadas através de um exame não invasivo, a ecocardiografia (ECO).

Objetivos

Objetivos: Avaliar a prevalência de alterações ecocardiográficas em pacientes com Doença de Chagas Crônica (DCC) acompanhados em dois centros de referência de Santa Cruz do Sul/Rio Grande do Sul, entre os anos de 2007 e 2016.

Delineamento e Métodos

Delineamento/Métodos: Estudo analítico, transversal e intervencionista. A amostra foi composta por pacientes em acompanhamento com diagnóstico de DCC confirmado por sorologia. Os pacientes selecionados foram submetidos à ECO para observar os parâmetros desta, bem como alterações cardíacas relacionadas à doença. Foram excluídos pacientes cardiopatas prévios e pacientes com DC aguda.

Resultados

Resultados: Dos 21 pacientes selecionados, 6 compareceram à realização da ECO. A média de idade foi de 43,2 anos, todos de raça branca, sendo 83,3% do sexo masculino. O índice de massa corpórea médio foi de 27,15kg/m². Apenas um terço dos pacientes era de zona urbana. Nenhum paciente possuía histórico de transfusão sanguínea. O tempo médio da DC foi de 8,7 anos. Foi observado 1 paciente com ectasia aórtica leve a moderada e 50% com grau leve. Apenas 1 teve hipertrofia ventricular esquerda (HVE). A função ventricular encontrou-se alterada em um terço dos pacientes. Destes, demonstrou-se alteração na diástole grau I com hipocinesia em parede lateral, anterior e posterior em 1, e em região médio-apical e septo-anterior em outro. O Strain miocárdico bidimensional variou de -24,6 a -16,6. Apenas 2 pacientes tiveram redução neste valor, sendo 1 caracterizado como reduzido e outro como médio reduzido.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: Em análise estatística, tais dados demonstraram significância com p<0,05. Quanto à disfunção segmentar, o Strain mostrou-se como fator preditor de tempo de DC, fração de ejeção (FE) e disfunção sistólica. Conseguiu-se demonstrar a correlação linear pelo coeficiente de Pearson do Strain nos pacientes com miocardiopatia e disfunção diastólica, bem como a miocardiopatia à FE automatizada e disfunção diastólica. As demais associações não foram significantes.

Palavras-chave

Doença de Chagas; cardiomiopatia chagástica crônica; ecocardiografia; Strain miocárdico.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Santa Cruz do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Francine Machado, Gabrielle Azambuja, Lara De Matos, Letícia Trivilin , Nágila Simon Ziebell