15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇÃO RADIOLÓGICA SIMULANDO PROGRESSÃO DE METÁSTASE ÓSSEA PÓS-TRATAMENTO COM DENOSUMABE: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Denosumabe é um anticorpo monoclonal humano que bloqueia a ligação do fator do ativador do fator nuclear kappa B (RANK-L) ao seu receptor natural. Isso reduz a reabsorção óssea, por meio da inibição dos osteoclastos, e aumenta a densidade mineral óssea, sendo tal medicamento uma opção para profilaxia de eventos esqueléticos em pacientes com metástase óssea.

Objetivos

Relatar caso de alteração radiológica que simulou progressão da metástase óssea em paciente tratada com denosumabe.

Caso

Mulher, 46 anos, diagnosticada com carcinoma mamário luminal B HER 2 negativo. Realizou mastectomia total à direita e quimioterapia adjuvante, estadiamento T2N0M0. Após 5 anos, referiu dores ósseas e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) evidenciou lesão em ísquio direito, confirmada por biópsia como neoplasia metastática de mama. Recebeu radioterapia paliativa e hormonioterapia, porém uma nova tomografia computadoriza (TC) evidenciou lesões em esqueleto axial e apendicular, confirmadas por cintilografia óssea. Foi reiniciada quimioterapia paliativa com paclitaxel e bevacizumabe, além do denosumabe. Paciente apresentou melhora clínica e regressão metastática na cintilografia óssea acoplada à TC para fusão de imagem (SPECT-CT), sendo mantido denosumabe. Após 2 meses, nova TC evidenciou aumento significativo das lesões metastáticas blásticas, embora a paciente mantivesse melhora clínica e apresentasse redução de marcadores tumorais (CEA e CA 15,3). A fim de maiores esclarecimentos, solicitou-se PET-CT que confirmou alteração radiológica que simulou progressão de metástase óssea.

Conclusões/Considerações finais

O denosumabe tem se mostrado eficaz e seus efeitos colaterais mais comuns (cefaleia, hipocalcemia, fraqueza e dermatite) geralmente não indicam interrupção do tratamento. Não há trabalhos na literatura alertando sobre alterações radiológicas que simulem progressão de metástase óssea em pacientes oncológicos por uso de denosumabe, sendo este trabalho o primeiro a realizar tal associação. É fundamental o acompanhamento, através de exames de imagens, do tratamento utilizado para metástases ósseas de tumores sólidos. Tal acompanhamento deve ser realizado com exames que avaliem o metabolismo ósseo a fim de evitar falsa impressão de progressão de metástase óssea. Isso evitará a interrupção do tratamento com imunobiológico e a adoção de condutas médicas que podem inferir negativamente na evolução do quadro dos pacientes oncológicos.

Palavras-chave

Oncologia, denosumabe, metástase, imunoterapia

Área

Clínica Médica

Autores

Esther Alves Régis dos Santos, Amanda Ferreira Barbosa, Thiago Ribeiro da Silva, Isabela de Moura Santos, William Giovanni Panfiglio Soares