15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Análise das internações por sepse na população brasileira nos últimos 10 anos

Fundamentação/Introdução

Definida como disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta desregulada à infecção, a sepse é uma síndrome extremamente prevalente, com elevada morbidade e mortalidade, além de altos custos. É a principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTIs) não cardiológicas. Estima-se que, no mundo, 35 milhões de pessoas são diagnosticadas com essa condição por ano, com 6 milhões de mortes. Seu reconhecimento precoce e tratamento adequado são fatores essenciais para a mudança deste cenário, através da implementação de protocolos clínicos gerenciados.

Objetivos

Avaliar o perfil epidemiológico da sepse no Brasil nos últimos 10 anos.

Delineamento e Métodos

Estudo epidemiológico, descritivo, com base nos dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS), no período de abril de 2009 a abril de 2019.

Resultados

No período estudado, constatou-se um total de 995.921 casos de sepse, destes 94,4% em caráter de urgência e 5,6% eletivo. Desse total, foram notificados 439.482 óbitos, correspondendo a 44,12% dos pacientes. Com relação às regiões do Brasil, a Região Sudeste apresentou o maior índice de ocorrência dos casos (52,6%), seguida da região Nordeste (19,7%), Sul (18,9%), Norte (5,4%) e Centro-Oeste (4,4%). A faixa etária com maior incidência de casos foi maior ou igual a 80 anos (18,35%).Quanto ao sexo, 52,4% foram do sexo masculino e 47,6% feminino. Em 2018 houve o maior número de internações, representando 12,7% do total de casos entre todos os anos. Tendo em vista o valor dos serviços hospitalares, foi registrado o valor total de 3.450.722.201,96 reais nesse intervalo de tempo, sendo 55,4% do gasto na Região Sudeste, e logo em seguida a Região Nordeste, com 18,1% dos gastos totais. Dos gastos arcados pela Sudeste, 51% são provenientes do estado de São Paulo.

Conclusões/Considerações finais

No estudo, a região de maior prevalência foi a Sudeste e a de menor, a Centro-Oeste. Faz-se necessário entender as principais causas que levam a esse predomínio significativo da sepse na região Sudeste, podendo ter como justificativa a subnotificação nas demais regiões. Ademais, observa-se a necessidade de melhorias na triagem e tratamento da sepse com a efetivação das condutas já disseminadas na literatura científica com alto grau de evidência, a fim de diminuir a elevada taxa de letalidade dessa condição.

Palavras-chave

Sepse, internações, epidemiologia.

Área

Clínica Médica

Autores

Bruna Silva Leão Praxedes, Tiago Ferreira Albuquerque Tenório, Felipe Pedrosa Cardoso Bezerra, Ernnan Tenório Albuquerque Filho, Anna Carolina Fernandes de Souza Vieira, Leonardo Lopes Fortes Melro