Dados do Trabalho

Título

Klebsiella pneumoniae em fenótipo invasivo hipermucoviscoso: pneumonia grave, insuficiência respiratória e derrame pleural complicado

Introdução/Fundamentos

A variante de K. pneumoniae hipermucoviscosa é germe agressivo e importante causa de infecções graves no mundo, especialmente em pacientes imunocomprometidos e hospitalizados. Nas últimas décadas, há relatos de casos não ligados a esse epidemiologia tradicional.

Objetivos

Relato de complicações graves de infecção por K. pneumoniae hipermucoviscosa em paciente previamente hígido, estudante de medicina, em quadro de pneumonia grave, insuficiência respiratória e derrame pleural complicado.

Caso

Estudante de medicina de 25 anos de idade em estágio rotativo hospitalar em clínica médica apresentou em dada manhã quadro de leve mal estar geral e tosse seca, não procurando atendimento médico nesse primeiro momento. Ao longo do dia sua condição deteriorou-se, sendo levada para o pronto atendimento hospitalar ao final da tarde já apresentando tosse com escarro copioso purulento, dor pleurítica no lado direito, síncope, febre alta e redução do estado mental. Constava histórico de boa saúde, relato apenas de epilepsia autolimitada na infância. Foi admitida no hospital com 24 movimentos respiratórios por minuto, 120 batimentos por minuto de frequência cardíaca, pressão arterial de 77/36 mm Hg, temperatura axilar de 38,8ºC, crepitantes na ausculta do hemitórax à direita e saturação de oxiemoglobina de 94% em ar ambiente. Radiografia inicial demonstrou consolidação do lobo superior direito. Laboratório inicial evidenciou 18.900 leucócitos mm³ com presença de formas jovens. Recebeu fluidos parenterais, noradrenalina parenteral em infusão e intubação orotraqueal com acoplamento à prótese ventilatória invasiva pela gravidade do caso. Recebeu como antibiótico Piperacilina-tazobactam parenteral e cobertura empírica para influenza osetamivir via sonda enteral. Identificado no aspirado traqueal Klebsiella pneumoniae "string test" positivo, compatível com variante hipermucoviscosa sensível ao tratamento proposto. Após curso de antibioticoterapia, aspiração e drenagem de líquido pleural parapneumônico complicado à direita e análise tomográfica do tórax (consolidação extensa do pulmão direito, necrose do parênquima e derrame pleural) recebeu alta para enfermaria em melhores condições. Alta hospitalar sem necessidade de cuidados permanentes ou oxigenoterapia.

Conclusões/Considerações finais

Embora raro, a infecção por K. pneumoniae hipermucoviscosa apresenta importante morbimortalidade e não está restrita a sua epidemiologia tradicional de pacientes nosocomiais e imunocomprometidos.

Palavras-chave

Pneumonia; Klebsiella pneumoniae hipermucoviscosa;

Área

Clínica Médica