15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Ingestão acidental de espinha de peixe: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

A ingestão acidental de espinha de peixe é uma situação bastante comum em países de alimentação baseada em frutos do mar. Tal corpo estranho tende a impactar principalmente em sítios como tonsila palatina, base de língua, valécula ou seio piriforme. Todavia, menos de 1% irão afetar regiões além do esôfago, sendo que a impactação seguida de perfuração intestinal um caso extremamente raro.

Objetivos

Descrever o caso de um paciente adulto com uma apresentação atípica da ingesta de espinha de peixe, com manifestação bastante rara de migração espontânea para o tecido subcutâneo sem sinais de peritonite.

Caso

Paciente J.L.F.M., masculino, 63 anos, previamente hígido, veio ao nosso serviço com queixa de dor abdominal em flanco direito há 10 dias. Apresentava febrícula, náusea e inapetência, porém negava alteração de hábitos intestinais ou urinários. Ao exame físico, notou-se presença de edema, rubor, calor e dor a palpação superficial no local referido pelo paciente. Não apresentava sinais de peritonite. Foi solicitado uma tomografia computadorizada de abdome para investigação do caso, a qual evidenciou presença de corpo estranho impactado em região subcutânea do abdome. Foi sugerida excisão cirúrgica e, ao extrair o artefato, constatou-se semelhança com uma espinha de peixe. Não havia quaisquer sinais de perfuração intestinal ou peritonite. No pós-operatório, o paciente apresentou boa evolução, sem sinais de complicação. Em investigação minuciosa sobre os hábitos alimentares, foi relatado que o paciente e sua família estiveram em viagem ao Peru, consumindo peixes e frutos do mar em abundância, embora negasse qualquer complicação alimentar. Portanto, confirmou-se o diagnóstico de ingestão acidental de espinha de peixe.

Conclusões/Considerações finais

O consumo acidental de espinha de peixe pode causar distúrbios tanto no trato alimentar quanto em regiões adjacentes. Podem, também, mimetizar outras entidades clínicas trazendo maiores dificuldades para o diagnóstico. De modo geral, os pacientes não lembram e/ou não associam a ingestão de um peixe à patologia. Em vista disso, o diagnóstico é difícil e tende a permanecer incerto até sua resolução. A cirurgia acaba se tornando o tratamento de escolha.

Palavras-chave

Espinha de peixe, Ingestão acidental, Subcutâneo

Área

Clínica Médica

Autores

Luciana Azambuja Al Alam, Frederico de Lima Gibbon, Renato Rodrigues Al Alam