15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Meningite Criptococócica em Paciente Imunocompetente: Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

Introdução
A criptococose é uma micose sistêmica causada por duas espécies de leveduras do gênero Cryptococcus. C. Gattii acomete hospedeiros imunocompetentes e C. Neoformans atinge principalmente indivíduos imunocomprometidos. Na forma sistêmica da doença, o sistema nervoso central é o mais afetado, com manifestações clínicas de síndromes meningoencefálicas. Na atualidade, é considerada uma das micoses mais frequentes em pacientes com AIDS.

Objetivos

Objetivo
Relatar um caso incomum sobre meningite criptocócica em paciente imunocompetente.

Caso

Caso
Paciente masculino, 55 anos com quadro de cefaleia fronto-occipital de forte intensidade, fono e fotofobia, associado a inapetência, náuseas e êmese persistente. Com rápida evolução, de 48 horas, foi admitido na emergência em regular estado geral, com episódios de confusão mental transitória precedidos de lipotimia. Sinais vitais dentro da normalidade, hipocorado, desidratado, eupneico, escala da coma da Glasgow 15, com pupilas isofotorreagentes e rigidez de nuca. Foi realizada punção lombar e o exame do líquor mostrou os seguintes resultados: incolor, leucócitos 235mm³, hemácias 75mm³, polimorfonucleares 60%, linfomononucleares 40%, glicose 10mg/dL, LDH 88,8 U/L, proteínas totais 161 g/dL, pesquisa de fungos positiva por tinta da China, com visualização de estrutura semelhante ao Criptococcus sp na microscopia. Paciente relatou que criava patos, e os considerava animais de estimação, com contato constante. Foi, então, solicitada sorologia para criptococose pelo LACEN que confirmou C. Neoformans.
Paciente permaneceu hospitalizado aos cuidados da Clínica Médica para tratamento da meningite criptococócica em uso de Anfotericina B 50mg/dia associado à Fluconazol 400mg/dia endovenosos e corticoterapia. Realizou ressonância magnética encefálica, que mostrou focos ovalados de elevado sinal, que diante do contexto clinico/laboratorial informado, provavelmente representava cistos gelationosos em topografia de espaços perivasculares, sugestivos de neurocriptocose.
Após 23 dias de tratamento, apresentou boa evolução clínica e recebeu alta com Fluconazol 400mg/dia por 12 meses e Dexametasona descalonada em 60 dias.

Conclusões/Considerações finais

Considerações Finais
A meningite criptocócica por C. Neoformans em imunocompetente é uma entidade incomum no nosso meio, assim, esse caso destaca a importância das doenças fúngicas no diagnóstico diferencial das meningites, especialmente as com história subaguda e em pacientes com contato de risco sem imunodepressão.

Palavras-chave

Meningite. Cryptococo. Cefaleia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Oeste de Santa Catarina - UNOESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Felipe Hanel Dias, Camilla Giovana Maccarini, Ana Isabel Weber, Bruno Miranda Minski, Vinicius Benetti Miola