15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hemicoreiadiabetica: Um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A coreia é um distúrbio de movimento hipercinético que tende a desaparecer durante o sono, por acometer com mais frequência apenas um lado do corpo, é chamada de hemicoreia. Pode ter diversas etiologias, entre elas, o descontrole glicêmico em pacientes diabéticos.

Objetivos

Relatar um caso clínico de hemicoreiadiabetica e demonstrar a importância do reconhecimento dessa condição para o diagnóstico.

Caso

Paciente, sexo masculino, 67 anos, admitido em 14/05/19, por movimentos mioclônicos no terço inferior da face e atetóticos nos dedos da mão esquerda, iniciados há uma semana. Tomografia de crânio (TC) com hiperdensidade em putamen à direita. Ressonância magnética (RM) com hipersinal na região dos núcleos da base. Portador prévio de diabetes mellitus (DM), hemoglobina glicada 14,5 %. Iniciado risperidona 1 mg 12/12 h, e controle glicêmico. Recebeu alta em 22/05/19 com normalização dos níveis glicêmicos e movimento residual no terço inferior da face esquerda. Encaminhado ao ambulatório de distúrbios do movimento, para acompanhamento.
Hemicoreia é uma das raras complicações do estado hiperglicêmico ocasionado pelo (DM). Ocorre geralmente em pacientes com DM de longa duração, mas também pode estar presente como manifestação inicial do DM e até mesmo em casos de correção rápida de estado hiperglicêmico crônico. Pode gerar o desenvolvimento de movimentos involuntários do tipo balismo-coreia, associados a alterações nos exames de imagem cerebral: hiperdensidade na TC ou hiperintensidade na RM em T1 no território do ramo lateral estriatal da artéria cerebral média (núcleos caudado e lentiforme), sem realce pelo meio de contraste e sem restrição à difusão. Esta síndrome é caracterizada por movimentos coreiformes ou balísticos, grande elevação da glicemia, lesão hiperintensa no estriado contralateral na TC ou RM e desaparecimento abrupto da discinesia após controle glicêmico. É importante a exclusão de doenças vasculares cerebrais, infecções e doenças degenerativas.
A melhora clinica após o controle glicêmico corrobora que as alterações foram secundárias ao distúrbio metabólico. O prognóstico é bom, mas pode ocorrer recorrência em 17% dos casos.

Conclusões/Considerações finais

Hemicoreia diabética é uma condição clínica rara, possui um bom prognóstico com o controle glicêmico. Nos casos em que os movimentos persistem após normalização da glicose, pode-se considerar tratamento medicamentoso com antiepiléticos ou neurolépticos.

Palavras-chave

hemicoreiadiabetica, diabetes mellitus

Área

Clínica Médica

Autores

Bianca Seixas Gonçalves, Fernanda Ramos Costa, Camila Abrahão Caram Lisboa, Luana Antunes Silqueira Neves, Juliana Barroso Zogheib