15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA EM MULHERES ENTRE 15-39 ANOS NA BAHIA E NO BRASIL, 2007-2017.

Fundamentação/Introdução

O câncer (CA) de mama representa a principal causa de mortalidade entre as mulheres brasileiras por neoplasias malignas. O acometimento de mulheres em plena atividade reprodutiva é raro, em geral, com prognóstico reservado.

Objetivos

Analisar a mortalidade decorrente de neoplasia maligna de mama na Bahia e no Brasil em mulheres com idade entre 15 e 39 anos, 2007-2017.

Delineamento e Métodos

Trata-se de estudo ecológico com dados das notificações de mortalidade por CA de mama na população de 15-39 anos, retirados do Sistema de Informação de Mortalidade, disponíveis no DATASUS, no período 2007-2017.As seleções de variáveis realizadas no conjunto de óbitos de mulheres em idade fértil no Brasil e no estado da Bahia foram: faixa etária, ano do óbito, cor/raça e escolaridade. Calcularam-se as frequências absolutas e relativas das variáveis.

Resultados

Foram notificados no Brasil 119347 óbitos por neoplasia maligna de mama na população feminina, sendo que 9,4% correspondem a mulheres de 15-39 anos. Em mesma análise, destaca-se que na Bahia ocorreram 6442 óbitos, dos quais 11,7% (753) são de mulheres entre 15-39 anos. Por recomendação do Ministério da Saúde, o rastreio para CA de mama inicia-se aos 50 anos, entretanto há referências na literatura de mulheres mais jovens que descobrem a doença em estado avançado, devido às dificuldades em acesso ao diagnóstico, repercutindo em expressiva morbimortalidade. Sobre o perfil da mulher jovem acometida, observamos aumento da mortalidade com o crescer da idade na faixa etária avaliada (15-39) no Brasil (15-19: 0,2%; 20-29: 11%; 30-39: 88,8% dos óbitos) e na Bahia (15-19 sem óbitos; 20-29: 10%; 30-39: 90% dos óbitos). Em relação à raça, 51,9% são brancas, 51,5% possuem de 4 até 11 anos de escolaridade no Brasil. Na Bahia 75% são negras, 46,2% possuem de 4 até 11 anos de escolaridade. A literatura traz que a raça negra pode estar associada ao triplo de mortalidade comparada a branca. Neste estudo, a raça negra (564 óbitos) apresentou aproximadamente 4,5 vezes mais óbitos que a raça branca (126) na Bahia. O nível de escolaridade pode estar relacionado com maior percepção da necessidade de autocuidado e detecção de alterações de mama, bem como a procura de serviços de saúde.

Conclusões/Considerações finais

No Brasil, mulheres jovens já são diagnosticadas em estado avançado do CA, com expressiva mortalidade. O presente estudo destaca a demanda de maior atenção no cuidado e diagnóstico precoce destas jovens. Desta forma, faz-se necessário discutir formas de estratégias de prevenção para esta faixa etária.

Palavras-chave

Neoplasias da Mama; Epidemiologia; Saúde da Mulher.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - Bahia - Brasil

Autores

ADRIANA GRAÇA COSTA UNFRIED, CARLA SANTOS ALMEIDA, ADEILTON CLEISON BORGES DALTRO, NATAEL ALMEIDA GONÇALVES, ANA GABRIELA ÁLVARES TRAVASSOS