15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Intoxicação barbitúrica com desenvolvimento de injúria renal aguda: relato de caso

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução: A organização mundial da saúde aborda que 1,5 a 3% da população sofrem intoxicação por barbitúrico anualmente. A intoxicação pode induzir um quadro de choque, e este fato associado à sua alta depuração renal predispõe indiretamente o desenvolvimento de injúria renal aguda, ou diretamente, ao provocar nefrite intersticial aguda.

Objetivos

Objetivos: Relatar o caso de uma paciente de 35 anos após tentativa de autoextermínio com ingesta de fenobarbital e posterior desenvolvimento de injúria renal aguda (IRA), e determinar a relação causal entre a intoxicação por barbitúrico e o desenvolvimento da injúria.

Delineamento e Métodos

Descrição do caso: Paciente de 35 anos, do sexo feminino, com histórico de depressão em uso de risperidona e amitriptilina, com relato de rebaixamento do nível de consciência, mantendo-se em Glasgow 3, após tentativa de autoextermínio com administração de cerca de 160 comprimidos de fenobarbital, encaminhada para um centro de referência sem que tivesse sido realizada lavagem gástrica e sem proteção de vias aéreas por cerca de 24 horas, até a chegada do serviço móvel de urgência. Na admissão encontrava-se estável hemodinamicamente, em ventilação mecânica invasiva por tubo orotraqueal, pupilas isofotorreagentes, sem uso de drogas vasoativas. Foi realizada tomografia computadoriza de crânio sem alterações.

Resultados

Paciente evolui com coma barbitúrico, pneumonia brocoaspirativa, confirmada com radiografia de tórax com infiltrado difuso à direita, e IRA. Ao exame físico paciente encontrava-se confortável, pupilas mióticas bradirreagentes, instável hemodinamicamente e febril. Foi administrado noradrenalina e clavulin D3. Na avaliação da função renal, exames laboratoriais mostraram creatinina inicial de 1,0 mg/dL e ureia 53 mg/dL que evoluíram respectivamente para 7,1 mg/dL e 143 mg/dL, com indicação de terapia de substituição renal. Entretanto, mesmo após instituição dos tratamentos, paciente mantém quadro de IRA.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: Destarte, os barbitúricos são drogas indutoras de nefrotoxinas, sendo portanto nefrotóxicos. Assim, por meio desse relato, torna-se evidente a importância de uma intervenção imediata de um paciente intoxicado por essa classe medicamentosa para que o quadro não evolua para IRA ou leve o paciente à óbito. Ademais, existem poucos relatos sobre o tema, sendo para a prática médica de grande valia o conhecimento do caso em epígrafe, possibilitando tratamentos eficazes e medidas profiláticas em pacientes depressivos.

Palavras-chave

nefrologia, síndrome neurotóxica, fenobarbital.

Área

Clínica Médica

Autores

Rodrigo José Melo do Espírito Santo, Raylla da Silva Santos, Aline Silva Dórea, Laura Torres Queiroz, Camila Cássia Canzi