15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

COMPLICAÇÕES QUE NECESSITARAM DE MANEJO HOSPITALAR NO PÓS-OPERATÓRIO DE COLECISTECTOMIAS LAPAROSCÓPICAS EM CARÁTER DE URGÊNCIA

Fundamentação/Introdução

Colecistectomia laparoscópica (CL) é o tratamento padrão-ouro para colecistolitíase. Ela substituiu a colecistectomia laparotômica como a primeira escolha de tratamento para cálculos biliares e colecistite. Mesmo sendo uma cirurgia com baixas taxas totais de complicações, quando realizada em caráter de urgência essas taxas aumentam, e é importante conhecê-las.

Objetivos

Relatar as complicações que necessitaram de manejo hospitalar em pacientes submetidos à CL de urgência em um hospital privado no período de um ano.

Delineamento e Métodos

Estudo retrospectivo realizado através de consulta aos prontuários eletrônicos de pacientes submetidos à CL em um hospital privado da cidade de Blumenau/SC, no período de novembro de 2017 a novembro de 2018.

Resultados

Foram submetidos à CL de urgência um total de 91 pacientes. Ou seja, o paciente entrou no hospital pelo pronto socorro e apresentava um quadro agudo.
Complicações ocorreram em 13 (14,29%) pacientes, 2 destes tiveram retenção urinária, os outros, cada um apresentou uma complicação, ou série de complicações, diferente. Sendo elas:
- Broncosespasmo pós extubação;
- Instabilidade hemodinâmica, insuficiência renal aguda, cianose central e necrose extremidades; dor, distensão abdominal e febre;
- Hipertensão no intra-operatório;
- Rebaixamento do nível de consciência no pós-operatório, derrame pleural, derrame pericárdico e parada cardiorrespiratória;
- Queda de saturação na sala cirúrgica, saturando 75% em ar ambiente, com cianose de extremidades, tendo que adiar a cirurgia. Após realização da colecistectomia fez evento séptico, insuficiência renal aguda, anemia e anasarca;
- Leucocitose, função renal alterada, derrame pleural, anemia, insuficiência respiratória aguda após transfusão de hemácias e bacteremia;
- Pico hipertensivo;
- Tromboembolismo pulmonar;
-Fístula biliar, rebaixamento do nível de consciência, broncoespasmo com necessidade de intubação, choque séptico e infecção por e. coli em líquido abdominal.
Dois (2,20%) pacientes foram a óbito.

Conclusões/Considerações finais

A CL é um procedimento comum, muito realizado, e quando feito de forma eletiva proporciona um baixo risco de complicações maiores e de mortalidade, sendo segura a sua realização até mesmo em idosos com uma boa avaliação pré-anestésica. Por outro lado, em caráter de urgência, como vimos nesse trabalho, as taxas são maiores e as complicações podem ser graves. Por isso é importante que tanto o cirurgião quanto o clínico conheçam as possíveis complicações, pois terão que trabalhar em conjunto para manejá-las.

Palavras-chave

Colecistectomia; colecistite aguda; urgência; complicações

Área

Clínica Médica

Autores

Waleska Ramos Alvim Lescowicz, Mylla Kaori Shimada Okuhara, Rinaldo Danesi Pinto