15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

UMA DISCUSSÃO CONCEITUAL SOBRE FUTILIDADE TERAPÊUTICA INSERIDA NO CONTEXTO DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE

Fundamentação/Introdução

O conceito de futilidade médica é tão antigo quanto a própria medicina. O médico grego tinha a obrigação de não tratar as doenças “incuráveis”, ou seja, aquelas em que a intervenção médica não podia influenciar os resultados. Entretanto, devido à ascensão do modelo biomédico este termo foi deixado de lado, emergindo novamente associados as discussões sobre Cuidados Paliativos.

Objetivos

Conceituar, discutir e apreender suas implicações é de fundamental importância.

Delineamento e Métodos

Revisão sistemática da literatura a partir da seguinte pergunta norteadora: quais contribuições práticas a literatura científica oferece acerca do conhecimento sobre Futilidade Médica no contexto da Oncologia pediátrica? Foram coletados artigos do período de 2008 a 2018 no PubMed, MEDLINE e SciELO utilizando os seguintes descritores: "Futilidade terapêutica” (palavra-chave); "Oncologia" (Decs); “Clínica Médica” (Decs); "Tratamento" (Decs).

Resultados

A expressão futilidade terapêutica surgiu na década de 50, enquanto conceito embrionário para decidir não iniciar (withhold) ou quando suspender (withdraw) o tratamento médico. Foi popularizada no meio médico na década de 1980, sendo conhecida como a introdução ou manutenção de tratamentos considerados ineficazes, relacionados principalmente aos pacientes internados em UTI. Atualmente, a definição deixa a desejar devido à evolução da medicina, conhecimento das doenças, mudança nos paradigmas da relação médico-paciente-família, embora os defensores dos novos conceitos não apresentem alternativas melhores. Na ambiência dos cuidados paliativos oncológicos, a literatura sublinha que a família é extremamente importante no processo decisório, precisando que a equipem multidisciplinar torne os familiares incluídos no processo, explique claramente sobre o papel familiar, ajude na chegada a um consenso, receba informação de qualidade, em boa quantidade e no momento adequado.

Conclusões/Considerações finais

Apesar dos constantes debates e popularizações dos termos ligados aos cuidados paliativos, a futilidade terapêutica ainda é de difícil instituição e definição quer seja pela equipe de saúde não aceitar a terminalidade (princípio da sacralidade da vida), quer seja pela sociedade ocidental não aceitar a morte, vendo-a como um fim. Assim, faz-se necessário uma excelente relação médico-paciente-familiares para, de forma equânime, instituir e decidir quais práticas são necessárias e quais são fúteis na ambiência da terminalidade levando conforto ao cliente.

Palavras-chave

Cuidados Paliativos; Clínica Médica; Futilidade Terapêutica; Oncologia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza - CE - Ceará - Brasil, Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil, Universidade Federal do Cariri - Ceará - Brasil

Autores

Marília Oliveira Bringel, Jucier Gonçalves Dias, Luiz Fernando Castro Malinverno, Ricardo Parente Garcia Vieira, Francisco Telésforo Celestino Júnior, Elysyana Barros Moreira