15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

EXACERBAÇÃO DA SÍNDROME DE ALPORT EM GESTAÇÃO GEMELAR: RELATO DE CASO.

Introdução/Fundamentos

A Síndrome de Alport é uma doença glomerular hereditária e progressiva que é frequentemente associada a perda auditiva neurossensorial e anormalidades oculares. Definida como glomerulonefrite não-imune hematúrica hereditária. Em mulheres a doença pode se desenvolver de forma acelerada durante a gravidez com piora da função renal, proteinúria, hematúria e desenvolvimento de doença hipertensiva específica da gestação. A literatura é escassa quanto a evolução e prognóstico da síndrome em gestantes, motivo que deflagrou o relato de caso.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente portadora do gene da Síndrome de Alport, cuja doença foi exacerbada na gestação, além da evolução e tratamento empregado.

Caso

A.C.Q.S.M., 36 anos, 28 semanas de gestação gemelar, portadora da Síndrome de Alport, procurou o serviço de nefrologia devido a edema generalizado e alterações laboratoriais. A paciente apresentava na primeira consulta médica proteinúria dosada em 24 horas de 5,986 g, creatinina (Cr) de 0,7 mg/dL e anasarca. Retornou com 33 semanas de gestação, com piora laboratorial, proteinúria de 8,338 g/24 horas, Cr de 1,3 mg/dL e hematúria (++). Após 47 dias do parto, evoluiu com melhora laboratorial e clínica: proteinúria de 0,486 g/24 horas, Cr de 0,7 mg/dL, e melhora parcial da hematúria e do edema.
A proteinúria apresentou aumento para níveis nefróticos no terceiro trimestre gestacional, associado a anasarca, mas manteve a pressão arterial dentro dos padrões da normalidade. O tratamento de escolha foi expectante. Devido a piora da função renal e a proteinúria maciça, houve a necessidade da realização do parto pré termo. No puerpério, observou-se melhora clínica e laboratorial sem a necessidade da introdução de medicamento terapêutico. A única manifestação da síndrome, após o parto, foi a hematúria macroscópica assintomática. Os recém nascidos apresentaram desenvolvimento e crescimento normais, porém, devido a cesária pré-termo, apresentaram baixo peso ao nascer.

Conclusões/Considerações finais

Devido a ausência de trabalhos literários indicando como conduzir a síndrome de Alport em gestantes optamos por conduzir de forma expectante, acompanhando seu estado com exames clínicos e laboratoriais. Apesar da piora renal no terceiro trimestre, a mesma apresentou uma melhora significativa no puerpério mesmo sem nenhuma intervenção medicamentosa.

Palavras-chave

Glomerulonefrite; Síndrome de Alport; Gestação gemelar; Proteinúria; Hematúria; Edema; Tratamento; Evolução;

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário Uningá - Paraná - Brasil

Autores

Nicole Kalucz, Mellanie Yuri Yamao Tamura, Luiz Eduardo Bersani Amado, Renisa Maiara Maróstica, Mayara Fregadolli Auada