15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MENINGITE CRIPTOCÓCCICA COMO DOENÇA OPORTUNISTA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: UM BREVE ENSAIO SOBRE A FISIOPATOLOGIA

Fundamentação/Introdução

Um milhão de novos casos de miningite criptocóccica são reportados anualmente. No Brasil, a letalidade pelo Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii, principais cepas no nosso país, é de 45% a 65%, respectivamente em casos de meningite, seja associada ou não à Aids. Os mecanismos fisiopatológicos que explicam tropismo desses agentes pelo sistema nervoso central ainda são incertos, necessitando de maiores aportes teóricos.

Objetivos

Revisão sistemática da literatura a partir da pergunta norteadora: quais os principais mecanismos fisiopatológicos envolvidos na gênese da meningite por Criptococos no paciente Oncológico pediátrico?

Delineamento e Métodos

Foram coletados artigos do período de 2008 a 2018 no PubMed, MEDLINE e SciELO utilizando os seguintes descritores: "Criptococose” (palavra-chave); "Oncologia" (Decs); "Meningite" (Decs); e “Fisiopatologia” (Decs).

Resultados

O neurotropismo do Cryptococcus sp. está intrinsecamente correlacionado a presença das enzimas metaloproteinases e ureases que causam neuromodulação propiciando a passagem destes pela barreira hematoencefálica. O descompasso entre o sistema imune imaturo de alguns pacientes, como idoso/crianças, e a imunodepressão do câncer são fatores que parecem implicar diretamente no prognóstico da doença. Mecanismos de autofagia e transportadores de membrana para carboidratos que tem alta afinidade garantem perpetuação do processo infecciosos em um ambiente pobre em nutrientes como líquor. A inatividade do sistema Complemento e a resposta inflamatória fraca ou ausente no tecido cerebral, bem como a quantidade massiva de catecolaminas que o fungo pode usar para síntese de melanina são fatores que contribuem à perpetuação do processo infeccioso, sobretudo no líquor de crianças/idosos com câncer, cuja desnutrição e estado catabólico prejudicam a produção de imunoglobulinas competentes. As cepas de Cryptococcus podem sobreviver e se multiplicar em ambientes com baixa concentração de oxigênio e alta concentração de dióxido de carbono em temperaturas de 37ºC, como observado no tecido cerebral.

Conclusões/Considerações finais

Meningite por Cryptococcus é uma condição rara, mas extremamente debilitante, sobretudo em pacientes oncológicos com condições pré-disponentes de imunossupressão como extremos de idade. Parece que, uma combinação de fatores tais como imaturidade do sistema imunológico ou anergia deste no sistema nervoso, atrelado à virulência do patógeno são fatores fundamentais para gênese da doença.

Palavras-chave

Criptococose; Clínica Médica; Doenças Oportunistas; Oncologia.

Área

Clínica Médica

Autores

Marília de Oliveira Bringel, Jucier Gonçalves Júnior, Ricardo Parente Garcia Vieira, Elysyana Barros Moreira, Giselle Vasconcelos Liberato, Francisco Telésforo Celestino Júnior