15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

INTOXICAÇÃO POR RODENTICIDAS: DIAGNÓSTICO E MANEJO DESAFIADOR

Introdução/Fundamentos

O suicídio por envenenamento resultou em 30% de mortes por suicídio no mundo. O principal componente do rodenticida são derivados da 4-hidroxicumarina que se traduzem em sangramento mucocutâneo proveniente de uma coagulopatia prolongada e severa.

Objetivos

Elucidar as nuances diagnósticas e o manejo associado à ingestão de rodenticidas.

Caso

L.K.J, masculino, 32 anos, procedente de São Leopoldo, procura atendimento hospitalar no dia 29/07 por dor abdominal intensa e cefaleia occipital. Nega trauma. Nega doenças prévias ou uso de medicações. Ao exame físico, apresenta-se em bom estado geral, corado, acianótico, sem alterações cardíacas ou pulmonares, abdome depressível, sem megalias, doloroso a palpação superficial de hipogastrio, neurologicamente apresentava glasgow 14, sinais de meningismo, ausência de deficit motor, pupilas isofotoreagentes. Em achados de imagem, tomografia (TC) de crânio, revela hemorragia cerebelar, com extensão ao espaço subaracnóide. Exames laboratoriais demonstrando coagulograma alargado, sem demais alterações. Avaliado inicialmente como diagnóstico de hemorragia subaracnóidea com suspeição de etiologia aneurismática. Paciente transferido ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas 30/07, na chegada evidencia índice internacional normalizado – INR - 4, rebaixamento de sensório, glasgow 7. Nova TC de crânio demonstra importante aumento da hidrocefalia com inundação hemorrágica tetra ventricular, hemorragia na fossa posterior junto aos
folhetos cerebelares direito e junto ao verme cerebelar bilateral, sem desvio da linha média. A angiotomografia computadorizada dos vasos intracranianos, não detecta oclusão nos vasos ou alterações anatômicas. Realizou-se, então, medidas para manejo de hipertensão intracraniana (sedação, sódio em alvo, cabeceira elevada, normotermia, normocapnia, normoglicemia) e indicação de derivação ventricular externa. Ao conversar com a família, elucidam diagnóstico prévio de transtorno depressivo em tratamento, com tentativa de suicídio anterior há 4 anos por uso de raticida, confirmando alta probabilidade de nova intoxicação intencional. Prossegue-se investigação e conduta voltada a suspeita diagnóstica de intoxicação por rodenticidas, enviado material biológico para avaliação toxicológica.

Conclusões/Considerações finais

O manejo é contencioso com a incerteza sobre a dose, frequência e duração do tratamento, usualmente, utiliza-se por meses terapia oral com vitamina K em altas doses.

Palavras-chave

tentativa de suicídio; suicídio por envenenamento; ingestão de rodenticidas.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Luterana do Brasil - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luana Prevedello Siganski, Lilian Bertoletti, Rafael Miranda De Marco, Luana Goulart Marin, Ivan Petry