15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANGIOEDEMA INDUZIDO POR METIMAZOL MIMETIZANDO SÍNDROME NEFRÓTICA.

Introdução/Fundamentos

Angioedema agudo constitui causa de admissão nos serviços de emergência, porém quando desenvolvido ao longo de 4 semanas ou mais, pode ser confundido com outras patologias.

Objetivos

Relatar um caso de angioedema crônico induzido pelo metimazol mimetizando síndrome nefrótica.

Caso

Paciente feminina, 25 anos, encaminhada ao serviço de emergência com diagnóstico de síndrome nefrótica, devido ao quadro de anasarca. A paciente referia ganho progressivo de 20 kg em 3 meses. Antes disso havia recebido o diagnóstico de hipertireoidismo, estando em uso de metimazol 20 mg/ dia. Durante o tratamento, recebeu também: atenolol , espironolactona e furosemida. Negava alergias previas e outras comorbidades. Ao exame físico apresentava-se com edema generalizado: palpebral, facial, membros superiores, inferiores, pés, mãos e abdome. Peso: 95 Kg; Altura: 1,67 m; PA: 130/80 mmHg; P:92 ppm. A tireoide não era visível e nem palpável.

A investigação laboratorial revelou-se negativa para síndrome nefrótica. O ECG mostrou QRS de baixa amplitude e o ecocardiograma confirmou derrame pericárdico. A TC de tórax evidenciou derrame pleural bilateral. A função tireoidiana revelou TSH suprimido e T4l normal, sendo suspenso o metimazol. Estando a proteinúria normal, os elementos da história clinica apontam para o uso do medicamento, anti-tireoidiano como desencadeante do edema generalizado, tendo sido iniciada a corticoterapia que se prolongou por 2 meses após a alta. Após 3 meses da alta hospitalar, paciente recebeu como tratamento a radio-iodoterapia (RIT) e 9 meses apos a RIT foi medicada.

Conclusões/Considerações finais

O angioedema induzido por droga pode ser de dois tipos: mediado por mastócitos (forma aguda) e mediado por bradicinina (definido como crônico). O angioedema por metimazol mais comum é o agudo o que leva o paciente a procurar o serviço de emergência. No caso descrito, o angioedema foi caracterizado como crônico o que levou inicialmente ao diagnóstico de síndrome nefrótica pelo edema generalizado. Além disso, a incidência de angioedema induzido por droga sem urticária é rara no pronto atendimento, tornando-o diagnóstico de exclusão, que deve ser lembrado, sempre que houver uso crônico de alguma droga. Enfatiza-se que a indução de angioedema crônico ao metimazol é bastante raro e deve ser lembrado no diagnóstico diferencial de edema generalizado no pronto atendimento.

Palavras-chave

Metimazol; Síndrome Nefrótica; Angioedema

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil

Autores

Janete Pereira Moura, Antonio Carlos Botta Assis, Jose Eduardo Camargo Ribeiro, Guilherme Seiti Orikasa , Paula Brito Gibelli David, Livia Oyama Takaoka