15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

NEUROCRIPTOCOCOSE: O CASO DE UM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE NO MUNICÍPIO DE JARAGUÁ DO SUL, ESTADO DE SANTA CATARINA

Introdução/Fundamentos

A forma sistêmica da Criptococose tem tropismo pelo sistema nervoso central e comumente se apresenta como uma meningoencefalite. É uma doença causada por fungos do complexo Cryptococcus neoformans, principalmente pelas espécies neoformans e gattii.

Objetivos

Neste trabalho é relatado o caso de um paciente imunocompetente com infecção causada pelo Cryptococcus.

Caso

A.Z., 42 anos, sexo masculino, pedreiro. Tabagista, etilista moderado, sem comorbidades. Deu entrada no Pronto Socorro (PS) com crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Na admissão Tomografia de crânio (TC) com hipodensidade discreta. Testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites virais não reagentes. Punção lombar (PL), com líquor de aspecto límpido, com glicose de 78mg/dL, proteínas de 27mg/dL, leucócitos de 7/mm³ com 92% de linfócitos e 8% de neutrófilos, hemácias de 5/mm³, bacterioscopia e culturas negativas. Feito Fenitoína e após 1 semana sem sintomas, teve alta hospitalar. Retornou ao PS após 7 meses devido a novas crises consulsivas e cefaleia intensa. TC de crânio e RM de crânio, sem alterações agudas. PL com líquor límpido, glicose 35mg/dL, proteínas 47mg/dL, hemacias 25/mm³, leucócitos 5/mm³, bacterioscopia e culturas negativas. Angioressonância arterial e venosa de crânio sem alterações significativas. Alta após 10 dias, assintomático. Retornou ao hospital após 1 mês com piora dos sintomas. PL com glicose 5mg/dL, proteínas 25mg/dL, leucócitos 110/mm³ com 92% de linfócitos e 8% de neutrófilos, Cryptococcus positivo. RM de crânio com sinais discretos de edema cortical. Iniciou-se Anfotericina B 50mg/dia IV e Fluconazol 800mg/dia IV. Varias punções liquoricas foram realizadas para alivio da hipertensão intracraniana e para seguimento do líquor até a negativação das culturas. Realizou 2 semanas de Anfotericina e Fluconazol IV e após 2 semanas de Fluconazol 600mg/dia VO. Teve alta hospitalar com prescrição de Fluconazol 150mg 2cp VO de 12/12 horas por 4 semanas e após Fluconazol 150mg 1cp VO de 12/12 horas por 6 meses.

Conclusões/Considerações finais

A neurocriptococose é uma doença grave, que com o diagnóstico e terapia adequados, torna-se possível proporcionar uma evolução clínica favorável e resolução da infecção.

Palavras-chave

Meningoencefalite; Criptococose; Fluconazol; Anfotericina B; Pronto socorro; Relatos de casos.

Área

Clínica Médica

Instituições

Associação Hospitalar São José - Santa Catarina - Brasil

Autores

RENATA OLIVEIRA COELHO, BÁRBARA KLEIN