Dados do Trabalho

Título

Relato de caso: Blastomicose Sul Americana de cólon em paciente jovem.

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO
A paracoccidioidomicose ou blastomicose sul-americana é uma doença sistêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. É a principal micose sistêmica da América do Sul e acomete principalmente moradores de zonas rurais e/ou pessoas que exerçam atividades relacionadas ao solo, como plantações de café e tabaco.
Os pulmões são a porta de entrada da doença por inalação de fragmentos de micélios do fungo, portanto este é o órgão mais acometido. Entretanto, a disseminação da doença pode ocorrer por via linfo-hematogênica, tornando intestino, ossos e gânglios sítios de infecção.

Objetivos

O objetivo do presente relato é descrever um caso de Blastomicose Sul Americana em paciente jovem que estava sendo tratada a principio para doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn, especificamente).

Caso

Paciente do sexo feminino, 16 anos, branca, residente da zona rural de Caparaó (MG), procurou atendimento médico em novembro de 2018 com queixa de diarreia, alguns episódios de desinteria, febre e recebeu tratamento para Doença de Crohn, não havendo melhora clínica. Procurou novo atendimento médico após 06 meses e foi atendida pelo Serviço de Clínica Médica da Casa de Caridade Carangola e foi internada no dia 22 de maio 2019. Na admissão hospitalar, apresentava-se queixa de perda ponderal de 13 quilos associado diarreia, febre (37,7 °C) e vômitos. Ao exame físico apresentava-se LOTE, REG, emagrecida, hipocorada (1+/4+), desidratada, febril (37,7ºC). A propedêutica pulmonar e cardíaca eram normais e o abdômen apresentava ruídos hidroaéreos diminuídos, normotenso, flácido, indolor palpação superficial e profunda, ausência de visceromegalias palpáveis.
Com hipótese diagnóstica de doença inflamatória intestinal foi submetido à colonoscopia, a qual evidenciou úlceras e edema em cólon descendente, colite ulcerativa em atividade. O estudo de cortes histológicos de fragmento de mucosa biopsiada confirmou o diagnóstico de Blastomicose sul-americana de mucosa de cólon. Iniciado tratamento com Itraconazol 200 mg dia, paciente liberada com melhora clínica e ganho ponderal, orientada uso da medicação por 9 meses e controle ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

O relato de caso aqui apresentado mostra a necessidade de se incluir a Blastomicose Sul Americana no diagnóstico diferencial das doenças inflamatórias intestinais. Achados colonoscópicos com histopatológico, associados a uma boa historia clinica são de extrema importancia para o diagnostico e reconhecimento precoce de doença.

Palavras-chave

paracoccidioidomicose; doença inflamatória intestinal; cólon

Área

Clínica Médica