Dados do Trabalho
Título
Perfil de resistência a fármacos antituberculose em um hospital de referência de Juiz de Fora
Fundamentação/Introdução
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa grave que representa uma das principais ameaças à saúde global, apesar de ser uma doença tratável. A coinfecção TB-HIV e a emergência de bacilos resistentes representam desafios adicionais no enfrentamento deste grave problema de saúde pública. Como conceito de resistência aplica-se: monorresistência como resistência a somente um fármaco antituberculose, polirresistência a dois ou mais fármacos antituberculose, exceto à associação rifampicina e isoniazida e multirresistência (TB MDR), resistência a pelo menos rifampicina e isoniazida, os dois mais importantes fármacos para o tratamento da TB.
Objetivos
O objetivo do presente estudo foi verificar o perfil de resistência das micobactérias isoladas dos pacientes com tuberculose em um hospital de referência de Juiz de Fora, Minas Gerais, além do desfecho clínico hospitalar e a proporção de coinfecção com HIV nos pacientes com alguma resistência.
Delineamento e Métodos
Estudo observacional retrospectivo em 1434 testes de tuberculose (PCR, BAAR e/ou cultura), entre Junho de 2015 a Junho de 2019. Foram verificados os exames positivos e, dentre esses, aqueles submetidos ao teste de sensibilidade que apresentavam resistência a alguma das drogas do esquema RHZE e/ou estreptomicina. O desfecho clínico hospitalar e a coinfecção TB-HIV foram verificados no prontuário eletrônico.
Resultados
Dos 1434 exames analisados, 575 foram positivos para M. tuberculosis. Destes, 298 foram submetidos ao teste de sensibilidade às drogas, sendo que 270 (90,60%) foram sensíveis a todos os fármacos testados (estreptomicina, isoniazida, rifampicina e etambutol), 12 (4,02 %) apresentaram monorresistência, 12 (4,02%) multirresistência e 04 (1,34%) polirresistência. Dos 28 pacientes com alguma resistência, 05 (17,85%) apresentavam coinfecção com HIV. O principal desfecho clínico hospitalar foi a alta para segmento em ambulatório de referência totalizando 16 pacientes (57,14%). Foi observado que o maior número de óbitos ocorreu em pacientes coinfectados pelo HIV.
Conclusões/Considerações finais
Os resultados demonstraram que dos casos analisados que apresentaram algum tipo de resistência às drogas , o número de pacientes com mono e multirresistência foi semelhante. Houve predomínio de casos de resistência sem coinfecção com o HIV. Devido a alta prevalência de casos de TB e ao crescente número de bacilos resistentes, mais estudos sobre o perfil de resistência dos pacientes se faz necessário.
Palavras-chave
tuberculose; multirresistência; polirresistência
Área
Clínica Médica
Instituições
Hospital Regional João Penido - Minas Gerais - Brasil
Autores
Estéfane Lorraine Martins Vasconcelos, Izabel Mello Rezende Valle, Marisa Felix Coelho da Magalhães, Cláudia Gonçalves Magalhães, Ronaldo Rodrigues da Costa