Dados do Trabalho
Título
HIPERATIVIDADE SIMPÁTICA PAROXÍSTICA: RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
INTRODUÇÃO: Hiperatividade Simpática Paroxística (HSP) é uma síndrome presente em 8-10% dos casos de lesão cerebral adquirida que pode ocorrer do início dos cuidados intensivos até a reabilitação, sendo mais comum após desmame da sedação.
Objetivos
OBJETIVOS: relatar um caso de HSP de difícil diagnóstico e tratamento.
Caso
CASO: Paciente masculino, 26 anos, previamente hígido, interna em UTI após acidente com politrauma grave – fratura de fêmur e punho, contusão pulmonar bilateral e tomografia computadorizada de crânio com hemorragia subaracnóide, hematoma frontal, edema difuso, lesão axonal difusa e mínimas áreas isquêmicas. Estabilizadas fraturas, foi inicialmente mantido em ventilação mecânica e sedação. Com o início do desmame, apresentou episódios repetitivos de taquicardia, hipertensão, hipertermia, sudorese e contratura muscular, com remissão à morfina. Suspeitou-se de abstinência ao opióide, manejado com suspensão de morfina e otimização das doses de clonidina e metadona. Sem melhora, aventou-se a hipótese de HSP secundária ao neurotrauma, a qual o paciente preenchia critérios. Foi otimizado tratamento, mantida metadona e clonidina, acrescentado betabloqueador, baclofeno e dantrolene e alcançado o controle das crises. Recebeu alta da UTI com quadro neurológico de pouca interação e ainda com eventuais crises abortadas com morfina.
Conclusões/Considerações finais
CONCLUSÕES: A HSP é considerada uma combinação de lesão focal e lesões difusas que desconectam centros cerebrais de centros excitatórios caudais, acometendo principalmente jovens vítimas de traumatismo cranioencefálico. Manifesta-se com taquicardia, hipertensão, taquipneia, hipertermia e postura descerebrada. Consenso de 2014 determinou critérios diagnósticos que foram preenchidos pelo paciente acima com pontuação máxima. Não há uma droga única para tratar a HSP, porém diversas medicações combinadas são indicadas para interromper e prevenir os sintomas. Morfina é a primeira linha, atuando na modulação de paroxismos, podendo ser substituída por fentanil e metadona; clonidina para reduzir frequência cardíaca e pressão arterial; betabloqueadores a fim de reduzir taxa metabólica; bromocriptina na redução da hipertermia e sudorese; e dantrolene na redução do cálcio intracelular. É descrito também baclofeno intratecal para pacientes com crises refratárias a outras drogas. O prognóstico depende do grau da lesão cerebral e do sucesso com as drogas usadas, porém, a maioria permanece com sequelas e necessita de suporte prolongado.
Palavras-chave
PALAVRAS CHAVE: Hiperatividade simpática paroxística; Politrauma; Cuidados intensivos.
Área
Clínica Médica
Instituições
Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Eduardo Lopes , Isabela Borella Silva, Jessica Arsego Talheimer, Nelson Barbosa Franco Neto, Lucas Pereira Mallmann