15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico da malária em estado endêmico do extremo norte

Fundamentação/Introdução

Ao se apresentar, muitas vezes, como uma síndrome ictérica febril, a malária torna-se diagnóstico diferencial importante em meio a grande gama de doenças tropicais em áreas endêmicas, tal como a região Amazônica. O protozoário é transmitido por meio da fêmea do vetor anopheles sendo causa de importante morbimortalidade. Contudo, ainda que se trate de uma doença de notificação compulsória, é, por vezes, negligenciada quando se apresenta de forma inespecífica ou acomete grupos que não procuram atendimento de saúde, a exemplo daqueles envolvidos na prática do garimpo, ainda praticado ilegalmente na região.

Objetivos

O presente estudo teve como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de malária em Roraima.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, de caráter quantitativo, o qual utilizou como fonte de dados o sistema de informação em saúde DATASUS e revisão bibliográfica nas bases de dados SciELO, MEDLINE/PubMed e LILACS.

Resultados

Na pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2019 ocorreram 2087 casos de malária no estado de Roraima. Os anos com maior e menor número de notificações foram, respectivamente, 2018 e 2015. Houve caráter predominante de casos relacionados a espécie plamodium vivax com 1567 casos (75,08%), seguido pelo número de casos ligados a plasmodium falciparum com 444 notificações (21,27%) e plasmodium malarie com 20 registros (0,95%). Além disso, 56 casos (2,68%) não puderam ser especificados. Com relação ao gênero das vítimas, 37,61% dos eventos ocorreram em homens e 62,39% em mulheres. Em relação a cor/raça os mais acometidos foram os pardos (59,41%), seguidos dos indígenas (8,28%) e brancos (0,86%), enquanto os negros (0,38%) e amarelos (0,43%) foram os que apresentaram menor prevalência, entretanto 639 casos (30,61%) não possuíam informação quanto a cor/raça. No que diz respeito a faixa etária, a maior prevalência foi entre os adultos de 20 a 59 anos com 1220 dos 2087 casos (58,45%), seguidos do grupo das crianças e adolescentes de 0 a 19 anos com 774 casos (35,64%) e maiores de 60 anos com 93 registros (4,45%).

Conclusões/Considerações finais

Conhecer o perfil dos acometidos pela malária mostra-se como uma ferramenta para intervenção. Ainda que notificar os casos de malária seja obrigatório, é pressuposto que haja grande subnotificação, entrave que pode impedir o desenvolvimento de políticas especificas para prevenção da doença.

Palavras-chave

Malária, plasmodium, notificações, epidemiológico.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - SUPREMA - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de Roraima - UFRR - Roraima - Brasil

Autores

Larissa Soares Cardoso, Ana Cássia Silva Oliveira, Kim Tavares Mesquita, Lucas Grangeiro Fin, Lavínia Barcellos Araújo