15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade hospitalar e seguimento após a alta (sobrevida tardia e avaliação de índice de independência) em pacientes admitidos na décima década de vida para implante de prótese aóritca percutânea para tratamento de estenose aórtica.

Fundamentação/Introdução

A Estenose aórtica tem prevalência crescente devido ao envelhecimento da população e o advento do implante percutâneo da prótese aórtica (TAVR) parece ter alargado a fronteira terapêutica oferecendo opção para pacientes antes considerados inabordáveis.

Objetivos

Avaliar os resultados de curto prazo (mortalidade hospitalar) e do longo prazo (mortalidade após a alta e índice de dependência) em pacientes com estenose aórtica grave sintomática em idade extrema de vida.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional transversal. Avaliação inicialmente retrospectiva da totalidade dos casos TAVR na instituição. Deteção dos casos em que os pacientes tinham pelo menos 90 anos completos no momento do procedimento. Busca no prontuário eletrônico (TASY) das informações sobre a evolução e desfecho hospitalar. Busca ativa no momento atual dos familiares através de contato telefônico para determinação da sobrevida após a alta hospitalar, avaliação subjetiva da qualidade de vida e aplicação de questionário para medida da independência para as atividades diárias (Índice de Katz).

Resultados

Foram 99 pacientes submetidos a implante de TAVR desde 2010. 13 (6 mulheres) com idade entre 90 e 99 anos (média de 93). Uma paciente faleceu ainda no hospital por complicacões per-procedimento (implante de 2011). 12 pacientes tiveram alta hospitalar. O escore SAPS3 foi calculado nos últimos 8 pacientes (desde 2016): média de 39,9 pontos, mortalidade prevista de 7,25%. Não foi conseguido seguimento em 2 pacientes (de 2015 e 2016). Conseguido contato com 10 pacientes: duas mortes após a alta (10 meses e outro 3 anos depois). Demais vivos no momento da coleta dos dados (01/08/2019) com sobrevida média até o momento de 16 meses (variando de 5 a 51 meses). Questionário aplicado em 9 casos: média subjetiva de percepção de qualidade foi 7,16 (variou de 3 a 10) e índice de Katz 3,8 (0 a 6). Todos relataram melhora da classe funcional em relação ao pré-procedimento.

Conclusões/Considerações finais

Implante de TAVR nos pacientes de mais de 90 anos se mostrou seguro e com bons resultados nesta série e o seguimento até o momento desta população mostra boa percepçao de qualidade de vida e regular independência nas atividades diárias. O procedimento possivelmente ofereceu aos pacientes opção terapêutica indisponível anteriormente.

Palavras-chave

Estenose aórtica
TAVR
Décima década de vida

Área

Clínica Médica

Autores

Fernando Graça Aranha, Luiz Eduardo Koenig São Thiago, Samira Garcia Anzolin, Voldiana Lúcia Pozzebon Schneider, Vanessa Pereira, Adriana Ferraz Martins