15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tromboembolismo pulmonar e sintomas atípicos: quando considerar?

Introdução/Fundamentos

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma patologia com manifestações clínicas variáveis. Os sintomas mais comuns são: tosse, hemoptise, dor torácica do tipo pleurítica, dispneia e taquicardia.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente que apresentou manifestações atípicas de TEP bilateral.

Caso

A.M.S.S., feminino, 53 anos, atendida em Medeiros-MG, com dor tipo cólica em hipocôndrio direito (HCD) há 3 dias, sem irradiação e melhora parcial com simeticona. IMC: 23, PA: 100x70, Tax: 36C, SO2: 96%.
Ao exame físico: dor à palpação profunda de HCD, aventada hipótese de crise biliar e realizado analgesia. Dois dias após, retorna com SO2: 97%, PA: 120x80, FC: 115 BPM, e piora progressiva da dor, agravada ao respirar e deitar, sensação de calafrio. A dor se intensificou à palpação de HCD, sugerindo colecistite, foi feita analgesia e solicitado exames laboratoriais e ultrassonografia (USG) de abdome total.
O resultado da USG indicou miomatose uterina. Devido à dor de caráter ventilatório dependente solicitou-se radiografia de tórax que revelou atelectasia bilateral e derrame pleural esquerdo. Exames laboratoriais inalterados. Prosseguido propedêutica complementar com tomografia computadorizada contrastada de tórax que apontou sinais de TEP agudo bilateral. Iniciou-se rivaroxabana 20 mg/dia e a paciente foi encaminhada ao pneumologista, que ajustou a dose para 35 mg/dia por 28 dias e 20 mg por três meses, e evoluiu satisfatoriamente. Ao ser questionada sobre uso de anticoncepcional oral (ACO), disse que há anos não fazia uso, exceto uma semana antes do episódio, que usou para não menstruar durante viagem de automóvel com duração de oito horas para o litoral.

Conclusões/Considerações finais

O TEP apresenta sintomas não característicos, o que torna o diagnóstico mais difícil. Destaca-se a importância das manifestações atípicas do TEP e a relevância da história relatada, principalmente em relação ao uso de ACO, que mesmo tendo baixo risco de causar TEP (3 a cada 10000 mulheres/ano), foi agravada devido à longa viagem e consequente imobilização.
Dessa forma, conclui-se que se deve sempre pensar em TEP como diagnóstico diferencial de dores em região de transição toracoabdominal, visto que as manifestações são variáveis, pois é diagnosticada somente quando se considera a hipótese e é uma condição que caso não tratada precocemente pode tornar-se letal.

Palavras-chave

tromboembolismo pulmonar, tromboembolismo arterial agudo bilateral, estudo de caso

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Paula Iwakiri Nunes, Daniela Iwakiri Matias, Moisés Samuel Gonçalves Oliveira