15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: MEDIASTINITE POR PERFURAÇÃO ESOFÁGICA PROVOCADA POR CASCO DE TATU.

Introdução/Fundamentos

Introdução: A ingestão de corpo estranho é acidental em 95% dos casos e mais rara em adultos, quando comparado com crianças, tendo como uma de suas complicações a formação de fístula traqueoesofágica.

Objetivos

Objetivo: Relatar caso de mediastinite por formação de fístula traqueoesofágica a partir da ingestão de um corpo estranho, obtendo êxito com a conduta conservadora.

Caso

Descrição do caso: J. A. S., 45 anos, masculino, procurou o serviço de emergência em seu município (Penedo/AL), com queixa de odinofagia e disfagia intensas. Foi administrado por 3 vezes Benzilpenicilina, pois suspeitaram de amigdalite. Na sua última entrada no serviço, relatou que o quadro iniciou 3 dias após ingesta de carne de tatu, então, foi submetido a uma radiografia de tórax, na qual foi visualizado um corpo estranho em 1/3 médio do esôfago, a partir disso, foi encaminhado ao Serviço de Emergência, em Maceió/AL, onde foi submetido a Endoscopia Digestiva Alta (EDA), na qual foi visualizado parte do casco do animal ingerido impactado a 25cm da arcaria dentária, encravado em parede lateral esquerda do esôfago torácico. Logo, foi iniciado antibioticoterapia e encaminhado para o serviço de referência, onde foi submetido a Tomografia Computadorizada (TC) de Toráx, na qual foi visualizado infiltrado peri-esofágico, sugestivo de mediastinite. Foram ajustados os antibióticos para maior espectro. Discutido o caso com a equipe da Cirurgia Torácica, esta sugerindo manter tratamento conservador por ora, passagem de sonda nasogástrica (SNG) em aspiração e discussão do caso com a equipe da Cirurgia Geral sobre a necessidade de abordagem de urgência (gastrostomia ou esofagotomia). Antes mesmo da passagem da SNG foi feita a visualização do esôfago e encontrava-se apenas um recesso no local. Então, o paciente foi submetido a nova TC de tórax com contraste oral, na qual evidenciou melhora substancial da mediastinite. O paciente fez uso de antibioticoterapia por 21 dias. Durante toda a internação o paciente seguiu sem queixas clinicas. Atualmente mantém acompanhamento ambulatorial com a cirurgia torácica.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: Torna-se evidente a importância da anamnese coletada de forma minuciosa e adequada para o diagnóstico, além de uma conduta apropriada. Quanto a lesão esofágica por corpo estranho, a conduta seja ela conservadora ou cirúrgica, mediante um paciente com propensão a desenvolver mediastinite, deve ser baseada no estado geral do paciente, prevalecendo a sua clínica.

Palavras-chave

Esôfago; Fístula; Traqueoesofágica; Corpo estranho.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Veredas - Alagoas - Brasil

Autores

Bruna Rhuana Correia da Silva, Maria Gabriela Correia da Silva, Thatiana Maria Cavalcante Alves de Souza, Cíntia Lara Martins Bezerra