15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Fratura de úmero bilateral durante crise convulsiva por hiponatremia: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos: Durante crise convulsivas associadas a quedas, podem ocorrer fraturas, sendo mais comum as de membros inferiores e do quadril, as fraturas dos membros superiores, principalmente as fraturas bilaterais são raras.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso raro de fratura de úmero bilateral durante crise convulsiva por hiponatremia.

Caso

Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 69 anos, admitida na emergência em período pós-ictal de convulsão tônico-clônica com liberação esfincteriana, que cessou espontaneamente. História prévia de depressão, hipertensão, doença arterial coronariana, em uso de Hidroclorotiazida, Diltiazem, Sinvastatina, Mirtazapina e Flurazepam. Ao exame clínico, apresentava regular estado geral, com sinais vitais estáveis, Escala de Coma de Glasgow 6. Realizada tomografia computadorizada de crânio com discreta área hipoatenuante mal definida em tronco cerebelar à direita, com provável natureza artefatual. Exames laboratoriais identificaram sódio sérico diminuído (109 mEq/L , normal 135-145 mEq/L) e aumento de creatinofosfoquinase (390U/L, normal <120). A deficiência eletrolítica foi corrigida de forma progressiva durante internação. Quando contactuante, paciente referiu dor e dificuldade para movimentar os dois braços, para investigação foram realizadas radiografias que mostraram fratura bilateral de colo umeral. Uma tomografia axial computadorizada foi realizada e identificou fratura cominuta do colo do úmero esquerdo, com luxação posterior da cabeça. A paciente foi encaminhado para o departamento de ortopedia e traumatologia para cirurgia.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: Fraturas no ombro podem ocorrer após trauma violento, eletrocussão ou convulsões. A taxa de lesão após convulsão é de aproximadamente 14%, sendo de 6% para fraturas. Os principais fatores de risco são idade (≥45 anos), sexo masculino, convulsão tônico-clônica generalizada e uso de medicamentos antiepiléptico. O mecanismo do fratura pode ser explicado pela posição típica de adução, rotação interna e flexão do ombro durante uma convulsão. Ou esse mecanismo pode ser desencadeado por restrição dos membros realizada por espectadores. Diante das altas taxas de negligência de fratura em pacientes em crise convulsivas, destaca-se a importância de uma história clínica detalhada e um exame físico completo, especialmente em pacientes idosos, osteoporóticos e polimedicados.

Palavras-chave

Convulsões, Hiponatremia, Fraturas ósseas

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - Santa Catarina - Brasil

Autores

THAYNARA MAESTRI, LUAN JUNIOR VIGNATTI, SOFIA DAHSE NUNES, HUGO LEONARDI BALDISSEROTTO, TIAGO SPIAZZI BOTTEGA