15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: FEOCROMOCITOMA: DIAGNÓSTICO POR INCIDENTALOMA

Introdução/Fundamentos

Feocromocitomas são tumores neuroendócrinos raros das células cromafins da medula adrenal, majoritariamente benignos, que secretam catecolaminas. As manifestações clínicas encontradas nos pacientes portadores de feocromocitoma são consequências diretas dos efeitos cardiovasculares, metabólicos e viscerais dessas substâncias. É a causa de hipertensão arterial sistêmica em 0,2% dos pacientes hipertensos, podendo ser paroxística ou persistente.

Objetivos

Demonstrar que são os paroxismos o achado mais característico do feocromocitoma, consequentes à liberação de catecolaminas pelo tumor e subsequente estimulação dos receptores adrenérgicos.

Caso

M.D.L., 68 anos, masculino, negro, aposentado, previamente hipertenso e diabético, iniciou as manifestações clínicas paroxísticas em abril em 2017 durante internação hospitalar para investigação de constipação intestinal crônica associado a megacólon. Durante a internação, evoluiu com sudorese intensa, tremores, taquicardia, descontrole pressórico e glicemia de difícil manejo, complicando com episódio de acidente vascular encefálico isquêmico, culminando com hemiplegia de dimídio direito após crise hipertensiva. Através da tomografia computadorizada foi detectado o incidentaloma de adrenal à direita e o diagnóstico foi corroborado com elevados níveis das metanefrinas e normetanefrinas urinárias. Após o preparo pré-cirúrgico com 25 dias de alfa bloqueio e 15 dias de beta-bloqueio, foi instituído tratamento cirúrgico por adrenalectomia à direita. Durante o ato cirúrgico, porém, o paciente evoluiu com Edema Agudo Pulmonar Hipertensivo por crise adrenérgica, apesar do alfa e beta bloqueio.

Conclusões/Considerações finais

O caso descrito expõe a investigação diante da variedade de sinais e sintomas desencadeados por substâncias catecolamínicas e não catecolamínicas secretadas pelo feocromocitoma com grande potencial letal. Outros sintomas paroxísticos podem ser identificados, como cefaleia, ansiedade, dispneia, dor torácica, sensação de morte iminente, náuseas e vômitos. As crises podem ser espontâneas ou desencadeadas por mudança postural, compressão do tumor, medicações como metoclopramida e anestésicos, exercícios ou aumento da pressão intra-abdominal. O tratamento consiste na remoção cirúrgica do tumor com controle peri-operatório cuidadoso da volemia e da pressão arterial, com associação de alfa e betabloqueadores.

Palavras-chave

Feocromocitoma. Incidentaloma. Células cromafins. Paroxismos. Catecolaminas. Metanefrinas. Normetanefrinas urinárias.

Área

Clínica Médica

Autores

Thayma Vasconcellos d'Medeiros Leal, Raiane Fonseca Silva Herdy, Lais Ribeiro de Lacerda, Sthefany Maria Viana Ferreira, Alyne Simões e Silva, sthefanie Cristina Barbosa de Melo