15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Insuficiência Respiratória Aguda por Embolismo Pulmonar por Silicone após procedimento estético ilegal: uma Emergência

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos
Insuficiência Respiratória Aguda (IRA) é uma emergência. Embolia pulmonar (EP) pode ser uma das causas de IRA e tem várias etiologias. EP por Silicone (EPS) tem aumentado devido implantes ilegais.

Objetivos

Objetivos
Descrever caso de EPS após injeção de silicone industrial, reforçar a investigação das causas de IRA e alertar sobre o perigo de práticas estéticas ilegais.

Caso

Delineamento/ Métodos e Resultados
Homem, 35 anos, transexual para feminino, com intensa dispnéia e dor tóraco-abdominal há 2 dias, febre, piora da tosse produtiva há 1 dia. Havia realizado aplicações de injeção de silicone industrial (ilegal) há poucos dias, em região glútea e trocantérica, informação ocultada. Exame físico: estertores em bases, FR 32, spO2 93%, sem outras alterações, Raios-x de tórax sem alterações, hemograma: leucócitos de 14100, 91% segmentados, 1% bastões, HIV negativo, gasometria arterial: pH 7,36, pCO2 28%, pO2 56,9, HCO3 15,6, BE -8, sO2 89,3. Progrediu com spO2 79%, redução global do murmúrio vesicular. Intubação orotraqueal com elevados parâmetros ventilatórios. Tomografia de tórax (TC) com consolidação pulmonar na periferia, em vidro fosco, algodonoso em bases, sem derrame. Complicou com pneumotórax á esquerda sem colabamento pulmonar, evoluiu para parada cardiorrespiratória e faleceu 5 dias após internação hospitalar. Anatomopatológico post mortem: embolia pulmonar por óleo de silicone. EPS iniciou em homens transsexuais por injeções seriadas de silicone líquido em mamas, seguido por mulheres que buscavam melhorias estéticas de baixo custo. Eventos adversos incluíam sintomas neurológicos altamente associados a mortalidade; e principalmente pulmonares: embolismo, pneumonite, congestão e lesão alveolar difusa, além de acometimento cardíaco, hepático e gastrointestinal. Pode haver sintomas já dentro de poucas horas após injeção do material, sendo típico até 2 dias, e é possível que haja manifestações tardias (anos). Sintoma mais comuns: hipoxemia (92%), dispneia (88%), febre (70%) hemorragia alveolar (64%). TC costuma ter infiltrados periféricos em padrão de vidro-fosco e espessamento septal interlobular. O tratamento é de suporte com oxigênio complementar e anti-inflamatório estereóide.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões / Considerações finais
Questionar público de risco sobre implantes de silicone quando houver sintomas respiratórios. Práticas estéticas ilegais com silicone são potencialmente fatais devido complicação por EPS.

Palavras-chave

Palavras-chave: insuficiência respiratória aguda, embolia pulmonar, silicone, implante, emergência.

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL AUGUSTO DE OLIVEIRA CAMARGO - São Paulo - Brasil

Autores

NATASHA MEGUMI SEO FUKUSHIMA, FRANCISCO OTAVIANO FRANCO DOS REIS FILHO, FELIPE SANCHEZ DOS REIS