15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO I E TIPO III AO SÊMEN

Introdução/Fundamentos

Hipersensibilidade ao sêmen é um quadro raro, caracterizado por manifestações sistêmicas como prurido generalizado, dispneia, urticária e angioedema em face, lábios e língua, até perda de consciência. Pode haver também por manifestações locais vulvovaginais, como dor pós-coital, eritema e formação de vesículas. Não há descrição na literatura da reação de hipersensibilidade (RH) tipo III associada à RH tipo I ao sêmen.

Objetivos

Relatar caso clínico de reação de hipersensibilidade tipo I e III ao sêmen.

Caso

RMSP, feminina, 50 anos, do lar, casada. Procurou atendimento por apresentar há 6 meses sintomas alérgicos após relação sexual com ejaculação vaginal. Inicialmente tinha rinoconjuntivite; a partir do segundo episódio observou também tosse seca e lesões cutâneas pruriginosas pelo corpo. Em algumas ocasiões ocorreu angioedema de pálpebras. Foi medicada com anti-histamínico, corticoterapia e adrenalina em emergência, várias vezes. Nega sintomas vaginais após ejaculação. Nega sintomas ao usar preservativo. Historia de rinite intermitente. Trouxe fotos mostrando pápulas eritematosas na face, tronco e eritema facial de minutos após a ejaculação intravaginal. Foram solicitados exames de autoimunidade, sorologias para hepatites, clamídia, sifilis, citomegalovírus, HIV e IgE especifica para sêmen, todos negativos. Exames do parceiro também negativos. Prick test positivo para ácaros e negativo para epitélios de gato e cão. Prick test com plasma seminal puro do marido e teste intra-dérmico (ID) foram positivos. Imediatamente após o teste ID apresentou espirros, tosse seca, prurido e rash facial; e horas após houve reação de Arthus no local testado.

Conclusões/Considerações finais

Hipersensibilidade ao sêmen se manifesta com sintomas locais e/ou sistêmicos e muitas vezes é sub-diagnosticada, principalmente quando a sintomatologia está restrita a sintomas locais. Nesse caso, houve reação sistêmica, inclusive após realização dos testes cutâneos. Sabe-se que há risco de irritabilidade no local do teste ID, devido principalmente à presença de enzimas do sêmen. No entanto, surpreendentemente houve também reação de hipersensibilidade tardia tipo III (RH tipo III) nesse caso.
Assim, o sêmen desencadeou sintomas de anafilaxia leve, minutos após os testes cutâneos e reação de Arthus horas após, confirmando o diagnóstico de hipersensibilidade. Na literatura não há relato de RH tipo III pelo contato com sêmen.

Palavras-chave

Hipersensibilidade ao Sêmen; Reação de Hipersensibilidade tipo I; Reação de Hipersensibilidade tipo III; Reação de Arthus;

Área

Clínica Médica

Autores

Ruben Eduardo Krasniak, Anne-Rose L. Wiederkehr Baú , Marina Monteguti Savi, Jane Da Silva