15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tromboembolismo na presença de Forame Oval Patente com evolução para Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica

Introdução/Fundamentos

O Tromboembolismo Pulmonar (TEP) é uma doença com incidência considerável e quadro clínico inespecífico. A alta suspeição nos pacientes com fatores de risco é a chave para o diagnóstico e tratamento precoce, essenciais na redução da morbi-mortalidade.

Objetivos

Evidenciar a importância do ecocardiografia à beira do leito no auxílio ao diagnóstico do TEP e como a presença de um Forame Oval Patente (FOP) aliviou as pressões no evento agudo.

Caso

Feminina, 43 anos, previamente hígida. Uso de contraceptivo oral há 7 meses. Admitida em pronto-socorro com quadro de dispneia e dor torácica, precedida por infecção de vias aéreas superiores. Radiografia de tórax apresentava imagem radiopaca triangular em lobo superior esquerdo. Fez uso de antibioticoterapia prolongada. Tomografia de Tórax mostrou consolidação subpleural no lobo superior esquerdo com padrão de halo invertido, consolidação em lobo médio e em lobos inferiores. Apresentou piora súbita do desconforto respiratório e necessidade de oxigenoterapia. Admitida em Unidade de Terapia intensiva (UTI) saturando 67% em ar ambiente e 91 % em máscara com oxigênio. Evoluiu com instabilidade respiratória e hemodinâmica. Ecocardiograma transtorácico com aumento do ventrículo direito, movimento paradoxal de septo interventricular e FOP, confirmado com teste de microbolhas. Diante da hipótese diagnóstica de TEP maciço com instabilidade hemodinâmica e, na ausência de disponibilidade imediata de angiotomografia de tórax, foi realizado trombólise. Com melhora gradual, recebeu alta da UTI. Angiotomografia de tórax realizada posteriormente confirmou TEP (oclusão da artéria pulmonar esquerda e ramos segmentares e subsegmentares bilaterais e regiões de infarto pulmonar). Após alta hospitalar, evoluiu com Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica (HPTEC), com pressão de artéria pulmonar (PAP) média de 49 mmHg no cateterismo cardíaco direito. Fez uso de Varfarina e Riociguat, mantendo-se com dispneia aos moderados esforços. Realizado tromboendarterectomia 3 anos após o evento do TEP, com queda da PAP para 20 mmHg no pós-operatório imediato.

Conclusões/Considerações finais

O FOP pode ser interpretado como fator de melhor prognóstico por aliviar o aumento súbito da PAP pelo TEP agudo, como no caso descrito. Estudos mostram que pacientes com HPTEC com FOP tem maior sobrevida e até 5 % dos casos TEP complicam com HPTEC. A tromboendarterectomia é o tratamento de escolha na HPTEC.

Palavras-chave

Forame oval patente; Tromboembolismo Pulmonar; Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica;

Área

Clínica Médica

Autores

Raquel Almeida Viergutz, Gabrielle Turnes Pereira Demetrio, Ana Cristina Burigo Grumann, Adriana Siqueira Carvalho Knabben