15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Os desafios no diagnóstico da neurotoxoplasmose

Introdução/Fundamentos

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma patologia caracterizada pelo desenvolvimento de uma grande variedade de infecções oportunistas e neoplasias incomuns. Destas infecções, a toxoplasmose, causada pelo Toxoplasma gondii, é a causa mais comum de lesões expansivas cerebrais em pessoas vivendo com HIV (PVHIV).

Objetivos

Relatar um caso clínico de neurotoxoplasmose para enfatizar a necessidade de diagnótico diferencial com esta patologia em pacientes HIV positivos.

Caso

Paciente, sexo masculino, 37 anos, caminhoneiro, solteiro em relacionamento estável, procura o pronto-socorro (PS) em janeiro/2019 com história de cefaleia há 30 dias, e que foi acompanhada de náuseas, vômitos, e sonolência nos últimos 3 dias. Como antecedentes referiu 2 episódios prévios de AVE isquêmico, sem exames de imagem confirmatórios, apresentando hemiparesia em hemicorpo direito, que regrediu sem medidas clínicas. Foi realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio, evidenciando lesão expansiva em região temporo-frontal esquerda de contornos irregulares, com importante área de edema perilesional. Após, foi realizada exérese do tumor e solicitada biópsia; paciente recebeu alta hospitalar após 19 dias de internação apresentando hemiplegia à direita e afasia. Paciente retorna ao PS, 15 dias pós alta, com quadro de febre diária há 6 dias, aferida em máxima de 39ºC, associada à hipoatividade e prostração, relata também inapetência, disfagia progressiva e emagrecimento. Foi realizado teste rápido para HIV e levantada hipótese de neuroinfecção e sorologia positiva para toxoplasmose.

Conclusões/Considerações finais

Trata-se de uma patologia frequente em pacientes imunossuprimidos, devendo ser sempre levantada como diagnóstico diferencial, primordialmente em pacientes de grupo de risco. Retifica-se a importância de uma anamnese completa, conhecendo os antecedentes pessoais, profissão e convívio social do paciente, visando o diagnóstico correto e tratamento precoce, sabendo-se que seu início pode levar a um melhor prognóstico, principalmente reduzindo sequelas neurológicas.

Palavras-chave

Neurotoxoplasmose, Toxoplasmose Cerebral, Infecção Oportunista

Área

Clínica Médica

Autores

Vitória de Cássia Canato, Flávia Cavalcanti Balint, Sarah Antunes Pereira, Thais Helena de Oliveira, Renata Filomena Bonatti Ramos de Araújo