15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CEC METASTÁTICO E NÃO ACEITAÇÃO DA DOENÇA

Introdução/Fundamentos

O câncer de pele não melanoma corresponde a 1/3 de todas as malignidades, sendo 20% dos casos representates de carcinoma espinocelular (CEC). O CEC apresenta maior incidência acima dos 40 anos em homens brancos, tendo como principais fatores de risco a exposição à radiação ultravioleta, lesões precursoras, HPV 16 e 18, imunossupressão e albinismo.

Objetivos

Evidenciar a importância de ferramentas de apoio visando a aceitação da doença e sucesso terapêutico.

Caso

M.S. masculino, branco, 76 anos. As comorbidades relatadas foram hipertensão arterial sistêmica há 10 anos e esquizofrenia há 4 anos. Trabalhou 20 anos na agricultura, com exposição solar diária sem proteção, e 30 anos como técnico de raio-X. Histórico de CEC pregresso em panturrilha direita, diagnosticado e tratado há 5 anos com exérese cirúrgica e reparo com enxerto de pele e, desde então, abandonou acompanhamento oncológico por não confiar nos profissionais de saúde. Familiares referem dificuldade de aceitação da doença por parte do paciente e importante comprometimento da saúde mental. Há 1 ano refere aparecimento de lesão exofítica e ulcerada em região inguinal direita, de rápida evolução, sem histórico de lesões precursoras no local. Foi internado no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhaunsen, por sangramento em lesão, odor fétido, astenia e queda do estado geral. Paciente refere automutilação, tentando retirar partes do tumor com faca. Tumor avaliado pela equipe cirúrgica como inoperável devido a acometimento de raízes nervosas. Ao exame físico: regular estado geral, acamado, apático, comunicante, confuso, hipocorado 2+/4 e desidratado; ausculta pulmonar com estertores finos difusos bilateralmente; lesão ulcerada de 20cm em região inguinal direita, com odor fétido e secreção serosanguinolenta. Raio-X de tórax com múltiplos nódulos pulmonares de tamanhos variados, difusos e bilaterais, compatíveis com processo neoplásico secundário. Transferido aos cuidados paliativos.

Conclusões/Considerações finais

Maior foco deve ser destinado à suspeição de CEC e ao exame físico detalhado, visto que apresenta elevado potencial metastático, causando resultados físicos e emocionais devastadores. No diagnóstico é importante investir em amparo psicológico, visando uma melhor aceitação da doença e adesão teraputica.

Palavras-chave

Carcinoma de células escamosas. Aceitação da doença. Metástase neoplásica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

LETÍCIA DALL' AGNOL, NELSON LUIZ BARRICHELLO, LIVIA DE ARAGON ARIAS, CLAUDIA SACHETT MATTANNA