15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

USO DE PSICOFÁRMACOS POR PACIENTES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CURITIBA-PR

Fundamentação/Introdução

Os Transtornos Mentais Comuns (TMC), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são caracterizados pela combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamentos anormais. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o acolhimento é feito por médicos não-psiquiatras e os pacientes com TMC podem ser encaminhados para serviços com acompanhamento direcionado e de terapêutica completa, que vai além do uso de medicamentos para sua efetividade.

Objetivos

Levantar dados de registro e controle dos pacientes que fazem uso de psicofármacos na UBS Mãe Curitibana, conhecer o perfil desses pacientes e dos prescritores e apontar se há acompanhamento.

Delineamento e Métodos

Realizou-se um levantamento de dados em prontuários de 790 pacientes atendidos entre janeiro e março de 2019, que receberam uma receita de psicotrópico. Formatou-se um questionário na plataforma Qualtrics Survey, com dados epidemiológicos e de atendimento dos pacientes. As análises estatísticas subsequentes foram realizadas no programa IBM SPSS Statistics Base 23.0 e expressas como frequências e percentuais.

Resultados

Os usuários para os quais houve uma maior prescrição de psicofármacos eram mulheres (71,9%). A especialidade médica que mais prescreveu psicotrópicos foi o clínico geral (70,8%). As prescrições por psiquiatras computaram apenas 1,8%. Os pacientes com registro de um CID com correspondência no DSM V, caracterizando um TMC, corresponderam por 483 (61,1%) dos casos. Desses 483 pacientes, 375 não fazem acompanhamento com psiquiatras, psicólogos ou neurologistas. Dentre os 108 que fazem acompanhamento, 58 o fazem com psicólogo e somente 13 pacientes são acompanhados por psicólogos e psiquiatras simultaneamente. O DSM mais prevalente entre os diagnósticos é o 300.02 (Transtorno de Ansiedade Generalizada) em 15,8%, seguido de 296.22 (Episódio depressivo moderado), em 8,5%. Dentre os usuários de psicotrópicos sem correlação no DSM V, prevaleceu os pacientes com Emissão de prescrição de repetição (CID Z76.0), em 14,4% dessas prescrições. O psicotrópico mais receitado ao todo foi a Fluoxetina, para 480 deles (40,17%).

Conclusões/Considerações finais

Após os resultados, pode-se inferir que nesta UBS, o médico não-psiquiatra prescreve psicotrópicos a pacientes que posteriormente não tem acompanhamento especializado pela equipe multidisciplinar. A prevalência de TMC caracterizada, instiga a refletir sobre a necessidade de maior conscientização dos profissionais responsáveis pela UBS, bem como um maior suporte do CAPS, permitindo equidade a esses usuários vulneráveis.

Palavras-chave

Psicotrópicos. Transtornos mentais. Continuidade da assistência ao paciente. Saúde mental.

Área

Clínica Médica

Instituições

PUCPR - Paraná - Brasil

Autores

Bruno Knebel, Ana Gabriela Scolari, Camila Graczyk Correa, Camila Ramos Polonio, Fernanda Zaninelli Rocha, Gracinda Maria D'Almeida Oliveira