15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Espondilodiscite: mau prognóstico por uma conduta ineficiente.

Introdução/Fundamentos

A espondilodiscite abrange osteomielite vertebral, espondilite e discite, as quais são consideradas diferentes manifestações do mesmo processo patológico, em que 58% dos casos acomete a coluna lombar. As etiologias dessa patologia podem ser tuberculosa, fúngica e a brucelar ou bacteriana.

Objetivos

O relato visa apresentar um caso de espondilodiscite de uma paciente com atraso de diagnóstico e tratamento incorreto.

Caso

M.D.A, feminina, 62 anos, casada, aposentada por invalidez, natural de Dom Pedrito, refere que em setembro de 2018 iniciou quadro de dor em região lombossacra de caráter fino, com paresia, parestesia e contrações espásticas em MID (membro inferior direito), quando foi internada e fez uso de sintomáticos com piora do quadro. Cerca de um mês após o quadro foi realizada tomografia de coluna lombar e encaminhada para Bagé, em novembro de 2018, nessa segunda internação foi realizada ressonância magnética (RM) de coluna dorsal com achados compatíveis com discite. Também foi iniciado tratamento com ceftriaxone, prednisona, levofloxacino e codeína com melhora parcial do quadro e alta. Já em fevereiro de 2019, interna novamente por evolução de paresia para plegia e disestesia em MMII (membros inferiores), perda de controle esfincteriano e piora do quadro álgico em região lombossacra. Nessa internação foi realizado tratamento com ceftriaxone e metronidazol com evolução desfavorável. Em março de 2019 foi transferida para o HUSFP (Hospital Universitário São Francisco de Paula), em Pelotas, para melhor elucidação do caso. Na internação foi realizada RM e iniciados meropenem e vancomicina por 60 dias com boa evolução. Nesse período, a paciente apresentou melhora parcial e flutuante da sensibilidade em MMII e permaneceu com paraplegia. Apresentou ainda tremor de repouso distal em membros superiores (MMSS), mas com força e sensibilidade preservadas. Também apresentou necrose tubular aguda por intoxicação da vancomicina, com melhora da função renal após ajuste da dose. Após tratamento, ao exame físico, manteve-se com paraplegia, hipoestesia de MMII e ausência de controle esfincteriano recebendo alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

Apesar da discite não ser um diagnóstico comum, ela dever ser incluída nos diagnósticos diferenciais dos pacientes com dor grave na coluna dorsal e sintomas constitucionais de infecção. Dessa forma, possibilitar-se-á o diagnóstico imediato, bem como tratamento correto, ampliando a efetividade dos resultados e reduzindo a possibilidade e a gravidade das sequelas.

Palavras-chave

espondilodiscite, lombossacra, discite, coluna, dorsal, brucelar, bacteriana, paresia, plegia, disestesia

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luna Hussein Colombelli, Francesca Beiersdorf Peter, Alice Voese Damé, Gustavo Moreira Ferle, Isadora Becker dos Santos, Marina Zanchi Persson