15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESTRONGILOIDIASE DISSEMINADA TRATADA COM IVERMECTINA BOVINA EM PACIENTE HTLV-1

Introdução/Fundamentos

O Strongyloides stercoralis é um nematódeo que em alguns casos, manifesta-se com extrema gravidade associada à elevada mortalidade com relação intima entre àquele e o vírus linfotrópico humano tipo 1 (HTLV-1).
O tratamento preconizado com ivermectina cura em até 97% dos casos na sua forma intestinal, porém uma grande limitação é a biodisponibilidade errática na forma disseminada da doença.

Objetivos

O presente relato pretende corroborar o uso off-label de ivermectina bovina no tratamento de estrongiloidiase disseminada.

Caso

Paciente masculino, 28 anos, negro, procedente da Bahia, morador de Jundiaí há 4 meses. Procurou diversos serviços de pronto-atendimento com queixas de náuseas, vômitos e dores abdominais em que recebia terapia sintomática com melhora parcial dos sintomas.
Ao se apresentar em nosso serviço com a persistência dos sintomas, encontrava-se em mau estado geral, emagrecido, pálido e com atrito pericárdico ao exame clinico de entrada.
Internado para investigação, foram realizados exames de imagem como endoscopia, colonoscopia que evidenciou edema de mucosas sem outros achados; ecocardiograma que mostrou folhetos pericárdicos espessados e colangiorressonancia com edema inespecífico de vesícula biliar como principal achado. Realizado ainda sorologias séricas para fungos, parasitológico de fezes e sorologias para imunodeficiência humana (HIV e HTLV-1). Após episódios de vômitos frequentes, foi realizado nova endoscopia com biopsia de estomago e duodeno.
Após dez dias de internação os resultados de parasitológico de fezes e de biopsias revelaram strongiloides stercolaris em 3 amostras de fezes e em biopsias foram visualizadas a presença de múltiplas formas do ciclo do mesmo parasita. Tendo em vista múltiplas áreas de acometimento infeccioso associado ao mau estado geral do paciente foi optado, portanto, pelo início de terapia empírica com ivermectina bovina subcutânea uma vez ao dia, por sete dias.
Paciente evolui com melhora clinica importante reestabelecendo parcialmente seu peso ainda durante a internação. Paciente encaminhado ao ambulatório das especialidades da faculdade de medicina em que recebe o último resultado sorológico pendente de HTLV-1 positivo.

Conclusões/Considerações finais

Embora esta forma de tratamento ainda não ser licenciada, o presente relato reforçou que o uso da ivermectina bovina em humanos pode representar uma opção promissora.

Palavras-chave

Estrongiloidiase; disseminada; ivermectina bovina; HTLV-1

Área

Clínica Médica

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ - São Paulo - Brasil

Autores

DANIELE LIMA COSTA, MARCOS RENAN DINIZ ASSIS, LUIS HENRIQUE BIGNOTTO