15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Adenocarcinoma de papila duodenal: relato de um caso raro

Introdução/Fundamentos

Adenocarcinoma de papila duodenal é o 2° tumor mais frequente dentre os carcinomas ampulares. Contudo, ainda assim é considerado raro, tendo incidência de 0,063 a 0,21% das neoplasias em geral. A idade média do diagnóstico é entre 60 a 70 anos, tendo quadro clínico semelhante ao dos tumores de pâncreas. O principal sintoma é icterícia com padrão de colestase (80%), associada a colúria e acolia. O diagnóstico se faz por endoscopia com visão da papila, e estadiamento através de tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdômen. Possui prognóstico favorável em relação ao adenocarcinoma pancreático, por ter altas taxas de ressecabilidade (90%), com sobrevida em 5 anos de 30 a 50%.

Objetivos

Relatar o caso de um tumor raro diagnosticado em um grande hospital de Joinville/SC, com bom prognóstico após 5 anos do diagnóstico inicial.

Caso

I.E.B., sexo feminino, 44 anos, caucasiana, não etilista e não tabagista, interna em 2014 por quadro de prurido, icterícia, anorexia e colestase extra-hepática. Realizada Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), a qual evidenciou papilite severa, sendo realizada biópsia, com laudo posterior de adenocarcinoma de papila - estágio IIIa. Após estabilização do quadro, realizada duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple) e colecistectomia. Após alta médica, encaminhada ao ambulatório de oncologia para seguimento quimioterápico adjuvante. Paciente realizou protocolo quimioterápico com Gemcitabina por 6 meses. Em 2015 surgiram metástases hepáticas e intestinais, sendo então realizadas hepatectomia parcial e enterectomia, além de radioterapia. Após o tratamento, evoluiu com quadro estável e ausência de sintomas, mantendo seguimento ambulatorial com exames semestrais. Última TC de abdômen total (abril/2019) mostrou ausência de novos nódulos hepáticos ou linfonodomegalias; TC de tórax (abril/2019) evidenciou redução em diminuto nódulo no segmento superior do lobo inferior esquerdo pulmonar, e permanência de 2 outros nódulos pulmonares nos lobos médio e inferior esquerdo; TC de região cervical (abril/2019) mostrou ausência de linfonodomegalias ou nódulos.

Conclusões/Considerações finais

O tratamento preconizado para carcinomas ampulares é a ressecção cirúrgica, a qual foi realizada na paciente após um diagnóstico precoce, aumentando assim a chance de sobrevida. Ademais, os tratamentos oferecidos posteriormente e o seguimento ambulatorial permitiram controle do quadro clínico e vigilância ativa, garantindo um prognóstico favorável e qualidade de vida à paciente.

Palavras-chave

Adenocarcinoma; Papila Duodenal; Relato de caso

Área

Clínica Médica

Instituições

Univille-FURJ - Santa Catarina - Brasil

Autores

André Wanderley Oliveira Guimarães, Isabella Lando Dacroce, Victoria Souza Bogo, Letiane Marceli Pikissius