15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Urticária crônica espontânea e blastocystis hominis: Uma associação possível, mas pouco lembrada.

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: A urticária crônica espontânea (UCE) é definida como urticária recorrente, angioedema ou ambos, por um período de seis semanas ou mais. Apesar da etiologia não ser clara, os parasitas intestinais podem ter uma possível associação.

Objetivos

OBJETIVOS: O objetivo desse trabalho é relatar um caso de uma paciente com o diagnóstico de UCE que, após tratamento adequado para Blastocystis hominis, apresentou melhoria do quadro.

Caso

CASO: Mulher, 57 anos, com história de UCE, sem melhoria com o uso de anti-histamínico e corticoide, relatou constipação crônica e que os sintomas da urticária aumentavam com alterações gastrointestinais. A paciente foi submetida a investigação para afastar doenças autoimunes, infecciosas, neoplasias, reações a alimentos e medicamentos. Referiu que fez uso de antiparasitário há mais de 1 ano. O novo parasitológico de fezes revelou Blastocystis hominis em amostras de fezes, sendo possível a associação com a urticária, tendo em vista que outras causas foram excluídas. Ao exame: Na pele, foram observadas pápulas eritematosas. Demais itens do exame físico sem alterações. A paciente foi tratada com metronidazol durante sete dias. Foram prescritos prebióticos e probióticos para auxiliar na melhoria do intestino. Após quatorze dias do final do tratamento, as manifestações cutâneas melhoraram e a paciente deixou de usar corticoides e anti-histamínicos, com normalização do ritmo intestinal. DISCUSSÃO: Blastocystis hominis é um dos parasitas intestinais mais encontrados na população. A prevalência de Blastocystis hominis varia de 10%, em países desenvolvidos, a 50% naqueles em desenvolvimento. Apesar de não ser considerado patogênico, estudos correlacionaram Blastocystis hominis com UCE. Os casos de UCE em áreas geográficas altamente endêmicas devem ser investigados para presença de Blastocystis hominis nas fezes. Se o diagnóstico for confirmado, o tratamento com metronidazol deve ser considerado. Alguns estudos consideram o envolvimento desse parasita no aumento da permeabilidade intestinal. Outros estudos relatam a possibilidade dos antígenos parasitários induzirem a ativação de clones específicos de linfócitos TH2, a liberação de citocinas e consequentemente produção de IgE.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de haver diversos estudos que correlacionam parasitose intestinal com UCE, há poucos relatos na literatura da relação com Blastocystis hominis. Esses achados podem ajudar nas evidências dessa possível relação.

Palavras-chave

urticária cronica, blastocystis hominis

Área

Clínica Médica

Autores

Ivia Carolina Resedá Magalhães , Iuri Resedá Magalhães