15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O USO DA MEDICINA POPULAR SOB A VISÃO DA MULHER CLIMATÉRICA NA AMAZÔNIA

Fundamentação/Introdução

Na Amazônia, a variedade de plantas e a herança dos saberes indígenas, assim como o difícil acesso aos serviços de saúde por parcela da população, favoreceu conhecimentos e crenças sobre plantas e práticas populares transmitidos através de gerações. Atualmente, com mais acesso aos serviços de saúde, o conhecimento acadêmico e a orientação profissional são mesclados à cultura popular. Considerando as peculiaridades da cultura amazônica, é importante descrever o uso e a presença da medicina popular pelas mulheres climatéricas da Amazônia.

Objetivos

Identificar o uso de itens da cultura popular usados pelas mulheres climatéricas na Amazônia e as suas principais aplicações.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal quantitativo observacional.

Resultados

Estudo feito com 57 mulheres climatéricas, foi verificado que 80,75% eram pardas, 14% negras e 5,3% brancas. Quanto à escolaridade, 35,1% possuíam o ensino fundamental incompleto; 31,6% o ensino médio completo; 12,3% o ensino fundamental completo; 8,8% o ensino superior completo; 7% o ensino médio incompleto e 5,3% o ensino superior incompleto. A origem das pacientes foi de vários municípios do Pará, sendo a maioria de Belém (58%) e as demais oriundas dos interiores do Estado. Quanto ao uso de medicamentos da cultura popular, 73,7% das mulheres afirmaram fazer uso de chás; 24,6% uso de óleos; 22,8 uso de ervas e 24,6% não faz uso desses produtos. Quando questionadas se acreditam no potencial medicamentoso desses produtos naturais, 75,4% afirmou acreditar, 22,8% não acredita, enquanto 1,8% tinha dúvidas. Relata-se a seguir, as principais causas do uso das medicações populares no estudo: dor no estômago, gastrite, esteatose hepática, insônia, dores em geral, hipertensão arterial, inflamação, anemia, dores osteomusculares e articulares, cefaléia, diabetes, gases, cálculo renal, azia, ansiedade, náuseas, refluxo gastroesofágico.

Conclusões/Considerações finais

Concluiu-se que grande parte das mulheres entrevistadas fazem uso da medicina popular e que muitas acreditam na sua eficácia. Observou-se ainda que o uso de chás, óleos e ervas é indiscriminado. Para o profissional da saúde, é necessário o conhecimento sobre a cultura popular para a compreensão dos efeitos trazidos ao organismo das pacientes, além de possíveis interações medicamentosas que poderiam dificultar sua melhora. Para a paciente, é importante o esclarecimento quanto à ação do medicamento, dessa forma, através da observação do êxito ou do insucesso do tratamento será possível concluir se o uso desse fármaco é adequado ou não.

Palavras-chave

CLIMATÉRIO, AMAZÔNIA, CULTURA POPULAR, SAÚDE DA MULHER

Área

Clínica Médica

Instituições

UFPA - Pará - Brasil

Autores

JOAO FELIPE SERRAO DA SILVEIRA DE SOUZA, TERESA CRISTINA BORDALLO FARIAS, BEATRIZ MORAES DA SILVA, RENATO PEREIRA RODRIGUES FILHO, ANDRÉA DO VALE COSTA, JÚLIA SARAIVA DE ASEVEDO