Dados do Trabalho

Título

SÍNDROME DA ENTEROCOLITE INDUZIDA POR PROTEÍNA ALIMENTAR (FPIES) EM PACIENTE COM ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV): RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar (FPIES) é a mais grave hipersensibilidade gastrointestinal a alimentos não mediada por imunoglobulina E (IgE). É equivalente em gravidade à reação anafilática, podendo levar o paciente à morte por choque hipovolêmico. Esta síndrome é subdiagnosticada no Brasil e no mundo por ser confundida com gastroenterite viral, sepse, intoxicação alimentar, distúrbio metabólico, entre outros.

Objetivos

O objetivo deste estudo é apresentar um caso cujo paciente em choque hipovolêmico apresenta a FPIES com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), a fim de entender o diagnóstico para que ele seja feito precocemente.

Caso

Paciente masculino, 6 meses, após 3 horas de ingesta de fórmula à base de leite, inicia com cólicas intensas, irritabilidade, diarreia e vômitos incoercíveis. Chega ao pronto socorro em choque hipovolêmico, necessitando de expansão volumétrica e drogas vasopressoras recebendo diagnóstico de choque séptico. Passa a receber somente leite materno, mantendo diarreia, baixo peso e refluxo de difícil controle. Com 1 ano, recebe nova dose de fórmula à base de leite, repetindo quadro clínico e sendo internado para expansão volumétrica. Manejado como gastroenterite viral e prescrito soja por diarreia crônica. Na exposição à soja, repete quadro clínico. Feita hipótese de FPIES, entra em dieta isenta de leite e de soja. Durante 1 ano de dieta, houve recuperação de peso e resolução de sintomas. No teste de provocação oral (TPO) em ambiente hospitalar, depois de 3 horas de teste, evolui com choque hipovolêmico e necessidade de manejo em unidade de terapia intensiva (UTI). Volta a estabilização de sintomas com dieta isenta de leite e soja.

Conclusões/Considerações finais

A FPIES pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica com queda de pressão arterial e choque hipovolêmico em 15 a 20% dos pacientes. Se não adequadamente diagnosticada, paciente pode ser reexposto ao alérgeno, podendo acarretar risco de morte. Faz-se necessário investigar FPIES como diagnóstico possível em choque hipovolêmico.

Palavras-chave

FPIES, APLV, choque hipovolêmico.

Área

Clínica Médica