15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE CARDIOMIOPATIA DE TAKOTSUBO: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO
A cardiomiopatia de Takotsubo (CMT) ou “síndrome do coração partido”, é caracterizada por disfunção sistólica aguda reversível dos segmentos apicais e médios do ventrículo esquerdo (VE). É uma síndrome que se assemelha ao infarto agudo do miocárdio (IAM) na ausência de oclusão arterial coronariana. Tipicamente, a CMT acomete mulheres na pós-menopausa, com idade entre 65 a 79 anos, após perturbações emocionais ou físicas. A prevalência da CMT entre pacientes com sintomas de síndrome coronariana aguda é de 1 a 2,5%, o que demonstra a relevância do caso descrito.

Objetivos

OBJETIVOS
Relatar um caso de cardiomiopatia de Takotsubo – um diagnóstico raro mas com um quadro sintomático comum – que por ser um diagnóstico diferencial de síndrome coronariana aguda, é de extrema importância que seja conhecida e manejada corretamente por todos os médicos.

Caso

RELATO DE CASO
M.H.B, feminino, 68 anos, branca, viúva. Paciente submetida a grande estresse emocional recente, deu entrada no pronto socorro com dor precordial, em aperto, forte, irradiada para ambos os membros superiores, com evolução de 10h, intermitente, associada a palidez, frialdade de extremidades e náuseas. Ao eletrocardiograma apresentava ritmo sinusal, com supradesnível de ST em parede lateral alta e inferior, sugestivo de IAM. A dosagem de troponina I foi de 16, 475 ng/ml e peptídeo natriurético atrial de 349,05 pg/ml. A cineangiocoronariografia mostrou artérias coronárias desobstruídas. O ecocardiograma evidenciou acinesia circunferencial das porções mediais e apicais do VE, hipercinesia das porções basais do VE, balonamento médio-apical do VE, disfunção sistólica global moderada do VE (fração de ejeção 43%), disfunção diastólica do VE e insuficiência valvar mitral discreta. Para confirmação diagnóstica, foi realizada a ressonância magnética cardíaca que redemonstrou a alteração segmentar de contratilidade do VE. O quadro era compatível com cardiomiopatia de Takotsubo, sendo prescritos e mantidos após alta: Sinvastatina 20 mg, Enalapril 10 mg, Bisoprolol 1,25 mg e furosemida 40 mg. Paciente obteve resolução do quadro.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO
Acredita-se que o estado emocional da paciente foi o gatilho para desencadear a CMT, a qual tem grande importância clínica, já que mimetiza a síndrome coronariana aguda e, por isso, é frequentemente subdiagnosticada. Assim, reiteramos que deve ser sempre lembrada como diagnóstico diferencial em pacientes com sintomas agudos de dor torácica, principalmente em mulheres na pós-menopausa.

Palavras-chave

Cardiomiopatia de Takotsubo; Síndrome coronariana aguda; Diagnóstico Diferencial;

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriela Gobo Nogueira, Mariana Gobo Nogueira, Marcio Augusto Nogueira, Ana Paula Adame