15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hemicoreia associada a hiperglicemia não cetótica: relato de caso.

Introdução/Fundamentos

A hiperglicemia não cetótica é uma das causas da hemicoreia ou da coreia generalizada. Os pacientes acometidos com esse quadro são tipicamente idosos e apresentam na Ressonância Magnética (RNM) do encéfalo lesão hiperintensa nos núcleos da base nas imagens ponderadas em T1. Embora a coreia seja considerada uma complicação hiperglicêmica autolimitada, a melhora completa dos pacientes acometidos é variável ao longo de dias a meses. Além da correção da glicemia, os tratamentos sintomáticos com neurolépticos podem ser usados naqueles com déficits severos.

Objetivos

Descrever um caso clínico que evidencia a associação da hiperglicemia não cetótica com movimentos coreicos.

Caso

Paciente feminino, 67 anos, Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 de longa data, sem acompanhamento regular. Iniciou há 03 dias quadro de movimentos involuntários de grande amplitude em dimídio esquerdo, predomínio proximal. Vinha em uso apenas de medicações homeopáticas por conta própria. No atendimento inicial a glicemia registrada foi de 581 mg/dL. Ao exame neurológico da admissão apresentava-se vígil, com movimentos involuntários, alternados entre lentificados e rápidos em membro superior esquerdo e com menor frequência em membro inferior esquerdo (MIE). Não foram observados miofasciculações. Movimento ocular extrínseco preservado com assimetria de face. Força muscular preservada em membros superiores, MIE com força grau 3 e membro inferior direito com força grau 4, atrofia muscular de predomínio proximal, reflexos diminuídos bilateralmente. A RNM do encéfalo evidenciou hipersinal em T1 na topografia do putâmen direito, pequenas imagens de hipersinal em T2 e Flair na substância branca supratentorial (microvasculares) e alargamento de sulcos periféricos cerebrais. Foi iniciado insulina Lantus 20 UI/dia. Em razão dos movimentos recorrentes mesmo sob controle glicêmico, optou-se por iniciar haloperidol 5 mg/dia. Sorologias virais e provas de atividade inflamatória foram negativas. A paciente evoluiu dentro de 15 dias da otimização glicêmica com melhora parcial do movimentos coreicos. No entanto, nova RNM demonstrava permanência da lesão em putâmen direito. Recebeu alta para seguimento ambulatorial em vigência de esquema insulínico para DM.

Conclusões/Considerações finais

Em suma, esse caso clínico destaca a importância de se incluir a hiperglicemia no diagnóstico diferencial dos distúrbios agudos do movimento, principalmente na população idosa. Nessa situação, a remissão da coreia pode ser alcançada com controle glicêmico.

Palavras-chave

Coreia. Hiperglicemia. Idoso.

Área

Clínica Médica

Autores

Raíssa Karen Moraes Dantas, Maria Aniele Pereira Lima, Gabriel Fernando Dultra Bastos