15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Aspectos clínicos e radiológicos de fratura de arcos costais induzida por tosse: relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução
Apesar de ser um mecanismo reflexo contra corpos estranhos e secreção brônquica1. A maioria dos casos de fratura de arcos costais é secundária a trauma torácico2, sendo considerada rara quando provocada por tosse3.

Objetivos

Este trabalho tem o objetivo de relatar o caso de um paciente com fratura de arcos costais associado a tosse.

Caso

Relato do caso
Paciente do sexo masculino, 77 anos, admitido com quadro de sintomas gripais, com tosse produtiva e dor intensa em região de hipocôndrio esquerdo, sem irradiação e refratária ao uso de analgésico simples há 20 dias do internamento.
Ao exame físico, verificou-se abaulamento em hipocôndrio esquerdo, mais notável à inspiração, além de dor à palpação local, sem histórico prévio de traumas. Era hipertenso, obeso, ex-tabagista e portador de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Tomografia de tórax mostrou presença de fratura de oitavo e nono arcos costais a esquerda além de eventração de partes moles (gordura), compatível com área de abaulamento notada ao exame físico.
O paciente foi avaliado pela cirurgia torácica e foi optado por conduta conservadora. Foram realizados exames laboratoriais, como dosagem de cálcio e eletroforese de proteínas, para afastar causas secundárias que pudessem ter facilitado o desenvolvimento da fratura, que não evidenciaram alterações. O paciente recebeu alta com melhora de quadro álgico.

Conclusões/Considerações finais

Discussão e Conclusão
A fratura de arcos costais induzida por tosse ocorre a partir de um processo mecânico, quando a pressão exercida pela tosse supera a elasticidade dos ossos torácicos1. Algumas patologias têm sido associadas, entre elas a DPOC, osteoporose e artrite reumatoide4,5, bem como com o uso crônico de corticoides2,5.
Na maioria dos pacientes ocorre fratura única de costela (64,3%)4. De acordo com série de casos de Sano et al., o principal lado afetado é à direita (57%), e o principal arco fraturado seria o 10º (42,8%).
Na maioria dos casos a conduta deve ser expectante. Em casos em que haja sintomas limitantes ou complicações como hérnia pulmonar, pneumotórax ou laceração diafragmática, a terapia cirúrgica deve ser considerada1,2.
Fraturas de arcos costais em pacientes sem histórico de trauma e doenças de declínio mineral ósseo comumente passam despercebidas. O diagnóstico tardio pode facilitar a progressão para complicações como dor refratária, herniações e lacerações. Conhecer a existência desta etiologia se faz importante para que tais casos possam ser conduzidos de forma mais efetiva.

Palavras-chave

Tosse; Fraturas das Costelas; Costelas.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário Maurício de Nassau - Pernambuco - Brasil, Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Gabrielle Souza Barbosa da Silva, Lucas Soares Bezerra, Mairton Amora Pinheiro Bosford, Marcelo Antônio Oliveira Santos Veloso, Ana Rita Ribeiro Marinho Carvalho