15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA

Fundamentação/Introdução

Apesar do avanço da Atenção Básica e da facilidade de acesso ao pré-natal, doenças infectocontagiosas têm aumentado. O Rio Grande do Sul (RS) é o líder nacional do número de casos de sífilis congênita (SC) o que corresponde a um grave problema de saúde pública. O tratamento que é bem estabelecido e acessível, é fornecido gratuitamente, porém nem todos os portadores da doença o fazem de maneira satisfatória, o que compromete o bem-estar de toda a família, propiciando uma cascata de complicações que oneram o sistema e fragilizam a efetividade da assistência proporcionada.

Objetivos

Descrever características sociodemográficas, realização de consultas de pré-natal e tratamento das gestantes acometidas por sífilis, cujo desfecho foi a sífilis congênita.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico, do tipo série temporal, no qual foram incluídos todos os casos notificados de SC no RS, entre 2007 e 2016, obtidos da base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Departamento de Vigilância Epidemiológica, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul.

Resultados

Foram notificados 10.027 casos e, acerca das características sociodemográficas das gestantes, predominou a faixa etária de 20 a 34 anos (67,7%), cor da pele branca (62,4%) e escolaridade de até ensino fundamental completo (50,7%). Quanto à realização de pré-natal, a maior parte das mães o realizou (78,8%), sendo esse o momento mais frequente de diagnóstico(62,2%). Ainda, houve tratamento adequado em 12,6% das gestantes, com 26,4% não realizando nenhuma intervenção terapêutica.

Conclusões/Considerações finais

A faixa etária e a escolaridade das gestantes acometidas estão em concordância com os dados nacionais. Quanto à cor da pele, o predomínio do fenótipo branco destoa dos demais estudos. Os índices de realização de pré-natal são semelhantes a outros estados brasileiros. Todavia, no RS a porcentagem de diagnóstico durante o pré-natal é maior quando comparada com outros estados que possuem maior identificaçãono parto. No entanto, o diagnósticoprecoce não ocasionou menores índices de transmissão vertical. Ainda, são alarmantes os dados acerca do tratamento e se repetem nos demais estados, o que reforça que apesar da maior cobertura assistencial, o diagnóstico e a terapêutica dos casos de sífilis são falhos no país, acarretando em morbimortalidade ao recém-nascido e onerando o sistema em todas as esferas de cuidado.

Palavras-chave

Sífilis Congênita; Saúde Materno-Infantil; Cuidado Pré-Natal; Saúde Pública.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal da Fronteira Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Lucas Henrique Lenhardt, Bruna de Oliveira, Eliseu Siles Barduco, Ivana Loraine Lindemann, Cristine Pilati Pileggi Castro