15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ALUMÍNIO INIBE O PROCESSO DE NEUROGÊNESE: IMPLICAÇÕES NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Fundamentação/Introdução

O sistema nervoso central (SNC) é composto por uma rede neuronal complexa que deve estar em perfeita harmonia sob condições fisiológicas normais a fim de prevenir o comprometimento cognitivo. Entretanto, doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer (DA), resulta em perda neuronal progressiva e incapacidade de regeneração do SNC. À medida que a doença evolui, o quadro de sintomas incluem dificuldades na linguagem, desorientação, alterações de humor, perda de motivação e controle das funções corporais, o que pode evoluir à morte. Atualmente, diversos mecanismos neuropatológicos tem sido investigados como causa do desenvolvimento da DA. Entretanto, alguns estudos recentes revelaram existir um risco elevado no desenvolvimento Alzheimer na presença de alguns fatores ambientais como a ingestão de metais, sobretudo de alumínio (Al). O alumínio é um cátion trivalente que não sofre alterações redox e portanto, é capaz de potencializar eventos oxidativos e inflamatórios, levando ao dano tecidual.

Objetivos

Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi investigar se a exposição ao Al afeta a proliferação, diferenciação, morte e destino de células precursoras neurais (CPNs) e se exerce influência na patologia da DA.

Delineamento e Métodos

Para a realização do estudo de caráter experimental quantitativo, as CPNs foram isoladas do telencéfalo de embriões obtidos de camundongos Swiss fêmeas (n=5). Dessa forma, as CPNs proliferam na presença de fatores de crescimento (EGF e FGF2) tornando-se multipotentes e formando neuroesferas. O tamanho das neuroesferas, a proliferação foram avaliadas por citometria de fluxo e microscopia respectivamente. A taxa de apoptose foi avaliada pelo método do MTT e a diferenciação celular por citometria de fluxo utilizando marcadores de diferenciação (anti-β3-tubulin 1:500 e anti-nestina 1:500).

Resultados

Os resultados demonstraram uma redução no número e tamanho de neuroesferas na presença de Al (100µM; 10% e 20% respectivamente p<0.05) além de inibir a diferenciação neural (31.7 % células β3-tubulina+Nestina-GFAP+) e induzir a apoptose (50% morte celular p<0.05).

Conclusões/Considerações finais

Juntos, os resultados obtidos neste estudo descrevem que o Al provoca uma inibição global do processo de neurogênese. Os resultados têm amplas implicações para o papel desempenhado pelo Al, e sugerem que a exposição de longo prazo a quantidades fisiológicas desse metal deve ser evitada.

Palavras-chave

Doença de Alzheimer, alumínio, neurogênese.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luiz Felipe Dias Carli, Karine Paula Reichert, Nathieli Bianchin Bottari, Maria Rosa Chitolina Schetinger, Vera Maria Melchior Morsch