15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Comparação da Dificuldade da Via Aérea e Colar Cervical Utilizando os Critérios LEMON

Fundamentação/Introdução

A colocação do colar cervical e a intubação orotraqueal são procedimentos rotineiros na atenção ao paciente vítima de trauma. É possível verificar que a presença do colar cervical durante a intubação torna a via aérea mais difícil, prejudicando tal procedimento; levantou-se a suspeita de que deste componente poderia dificultar a realização da intubação orotraqueal.

Objetivos

Analisar e estabelecer a relação entre a colocação do colar cervical com o aumento na dificuldade da via aérea, verificada através dos critérios de LEMON em pessoas hígidas, com e sem o colar cervical.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo de simulação com análise transversal da dificuldade da via aérea com e sem o colar cervical a partir da aplicação do método LEMON - inspeção do indivíduo; medidas entre os dentes incisivos, mentotireoidiana e entre assoalho da boca e laringe; classificação de Mallampati; presença ou não de obstrução e mobilidade do pescoço. Por estar simulando uma situação de atendimento de paciente traumatizado, não foi verificada a extensão do pescoço. A população estudada foi constituída por alunos do curso de medicina da UNILUS (hígidos e com faixa etária semelhante). A análise foi realizada por dois médicos com experiência no assunto.

Resultados

Dos 151 indivíduos participantes,105 eram mulheres; 10 indivíduos foram descartados por alterações anatomo-morfológicas. A idade média foi de 21,75 e o Índice de Massa Corporal médio foi de 23,42. Na ausência do colar cervical, a média de distância inter-incisivos foi 5,14 cm, a tireo-mentoneana foi 5,64 cm e assoalho oral-tireoide 1,97 cm; o índice de Mallampati médio foi de 1,67. Após a colocação do colar, houve uma diminuição média de 0,40 cm na abertura de boca e um aumento médio de 0,30 cm no índice de Mallampati. Todas as pessoas que tinham Mallampati 1 permaneceram com o mesmo índice após colocação do colar cervical. Quando o Mallampati era maior que 1, houve aumento do índice com o uso do colar. Aqueles que apresentavam Mallampati 4 sem o colar, mantiveram o Mallampati 4 com colar, porém com pior visualização da orofaringe.

Conclusões/Considerações finais

Ao demonstrar que pessoas com colar cervical tendem a diminuir a abertura de boca e piorar o Mallampati, o uso do colar cervical potencializa a ocorrência de uma via aérea difícil. O ideal seria a retirada e imobilização manual do pescoço no caso de haver a realização de intubação orotraqueal de um paciente traumatizado.

Palavras-chave

via aérea; colar cervical; intubação orotraqueal; LEMON; Mallampati

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário Lusíada - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Maffei Bossi, Elio Gilberto Pfuetzenreiter Junior, Ademar Pires de Souza Filho, Camila Haddad Baptista, Carolina do Amaral Macedo, Daniel Magalhães de Souza