15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Progressão da doença renal crônica associada à hiperuricemia e hipertensão arterial sistêmica não tratadas.

Introdução/Fundamentos

A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública e está intimamente relacionada a doenças crônicas as quais, podem determinar de modo gradativo a redução da função renal para o estágio terminal.

Objetivos

Relatar um caso de um paciente que evoluiu precocemente para DRC estágio 5 secundária a hiperuricemia e hipertensão arterial sistêmica (HAS) não tratada.

Caso

Masculino, 52 anos, encaminhado ao nefrologista por elevação de creatinina (Cr) e ureia (U) em investigação de hepatocarcinoma. Hipertenso há 4 anos sem tratamento adequado e hiperuricemia há mais de 20 anos. Sem história de doença renal familiar. Fazia uso frequente de anti-inflamatórios não-esteroides (AINES) para controle da dor secundária à gota.
À consulta, queixava-se de noctúria, inapetência e perda de peso; trazendo os seguintes exames laboratoriais: Cr 4,33 mg/dL (taxa de filtração glomerular (TGF) estimada de 14,06 mL/min/1,73m2), U 105 mg/dL, potássio 4,5 mmol/l. Exame de imagem com rins de tamanho normal e perda da diferenciação córtico-medular. Ao exame físico: Pressão arterial=200/110mmHg, peso 92kg, presença de múltiplos tofos gotosos de mais de 2 cm em articulações de punhos, mãos, cotovelos, tornozelos e joelhos, bilateralmente. Avaliação oftalmológica evidenciando retinopatia hipertensiva. No retorno, evoluiu com piora da função renal, (TFG 11 ml/min/1.73m2) e anemia. Para manejo da DRC foram ajustados anti-HAS e iniciados carbonato de cálcio 500mg, furosemida 40mg e bicarbonato de sódio 2g diários, sacarato de ferro 100 mg/semana e programado o início de alfaepoetina 100 UI/kg/semana. Encaminhado para confecção de fístula arteriovenosa em preparo para diálise.
Acompanhado há 11 meses, o paciente foi submetido à embolização do hepatocarcinoma sem redução do tumor e aguarda cirurgia. Mantem TGF em níveis dialíticos limítrofes, sem sintomas urêmicos. Hipótese diagnóstica inicial de insuficiência renal secundária ao hepatocarcinoma. Entretanto, a presença de retinopatia hipertensiva sugere DRC secundária há hipertensão que associada ao uso crônico de AINES e hiperuricemia severa indica mecanismos de lesão renal sobrepostas que justificam a evolução da doença.

Conclusões/Considerações finais

Neste contexto, compreende-se que, para prevenção de DRC é importante o conhecimento dos múltiplos fatores de risco à doença, bem como o adequado manejo desta desde seus estágios iniciais para minimizar sua evolução à necessidade de diálise.

Palavras-chave

Insuficiência Renal Crônica - Hiperuricemia - Hipertensão

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE - Santa Catarina - Brasil

Autores

Pablo Cristian Mocellin, Francisca Begnini, Viviane Calice da Silva